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Primeira bolsa de commodities em blockchain do mundo pretende transformar o setor na África

Se existe um continente que pode aproveitar os benefícios da tecnologia blockchain em sua plenitude, a África é a resposta. Não é à toa que as criptomoedas marcam presença cada vez mais significativa nos países do continente.

E é exatamente do continente africano que vem a Binkabi, startup criada na Nigéria que possui uma meta bastante ambiciosa: em um continente marcado por países que exportam matérias-primas (ouro, diamantes, café, petróleo), ela pretende ser a primeira empresa do mundo a criar uma bolsa de commodities em blockchain.

A empresa lançará a bolsa primeiro na Nigéria, após firmar uma parceria com a TAK Agro, um conglomerado agrícola local. Mas, em última análise, o objetivo é realizar uma grande expansão, um país de cada vez, e construir uma plataforma pan-africana.

Integração através do comércio

Criada em 2017, a Binkabi tem até agora se concentrado no desenvolvimento de um de seus principais produtos, o Barter Block, que está atualmente implementando com uma série de traders de commodities em parceria com o banco pan-africano Ecobank, e será lançado integralmente no início do próximo ano.

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Alimentado pela tecnologia blockchain, o Barter Block facilita negociações feitas de forma bilateral (por exemplo, exportação de castanhas de caju da Côte d’Ivoire para o Vietnã e uma exportação de arroz do Vietnã para a Costa do Marfim) e atua para facilitar sua liquidação, permitindo que esses acordos bilaterais sejam liquidados em moedas locais, economizando assim custos de transação e cambiais.

Agora, em parceria com a TAK Agro, a startup está dando o próximo passo em direção à sua visão para capacitar as cadeias de fornecimento de commodities para conduzir um comércio mais lucrativo e justo através da tecnologia blockchain. A esperança é que a nova empresa dê aos produtores dos países emergentes mais poder para cobrir riscos de preço e melhor acesso a soluções de financiamento.

Enquanto muitos países da África já tentaram estabelecer bolsas de commodities, “a realidade é que a maioria dessas bolsas fracassou, devido à falta de liquidez, mas também ao custo e à falta de um sistema legal de apoio para montá-las e operá-las”, afirma Quan Le, CEO e cofundador da Binkabi, ao site Global Trading Review.

Remover barreiras e integrar países

A ideia por trás da nova bolsa é reduzir a barreira de entrada para as pessoas que queira negociar commodities: em vez de depender de corretores ou pagar taxas altas por um lugar no pregão tradicional, a plataforma descentralizada será um lugar acessível a qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, para negociar commodities na forma de tokens digitais.

Como funciona? Quando um fazendeiro ou depositante traz uma mercadoria para um depósito, um recibo de depósito é emitido e convertido em um token que pode ser negociado na plataforma blockchain. Isso é o que a Binkabi chama de “tokenização de commodities”.

“Isso torna a commodity instantaneamente negociável, e você também pode usar o token como garantia para pedir dinheiro emprestado de um banco”, diz Le. “Mais pessoas podem se engajar e aumentar muito a liquidez desse mercado.”

Além disso, a empresa pretende realizar uma grande integração com o sistema bancário local – e a já citada parceria com o Ecobank é apenas o começo.

Entre os parceiros bancários locais da Binkabi estão o Sterling Bank e o Unity Bank, que assumirão o papel de bancos de compensação. Embora o projeto piloto não envolva qualquer financiamento, a intenção é que as instituições financeiras possam fazer isso, em um estágio posterior.

“Os bancos querem ver como funciona na prática, adaptar seus procedimentos, para só então conceder empréstimos”, afirma Le.

Financiar recibos de depósito na forma de tokens digitais é algo que atrairia interesse dos bancos, explica Edward George, chefe do Ecobank UK e chefe de pesquisa do grupo. Mas, acrescenta, o sistema baseado em blockchain só será bem-sucedido se conseguir o mesmo nível de confiança que os recibos atuais de depósito em papel têm hoje.

Considerando a eficácia da tecnologia blockchain em diversos processos realizados em países africanos, essa confiança a mais pedida pelos bancos é apenas uma questão de tempo.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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