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A inflação voltou a quebrar recordes no Brasil, conforme a divulgação da prévia do índice de julho. O chamado IPCA-15 atingiu 0,72% e atingiu seu maior valor para o mês desde 2004. Na ocasião, o IPCA-15 registrou 0,93%, maior valor da série histórica.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Como resultado, o IPCA acumula alta de 4,88% em 2021 e de 8,5% nos últimos doze meses. A estimativa do mercado para o IPCA de julho era de 0,64%.
O IBGE também divulgou a variação do IPCA por setores, bem como o peso de cada um deles na composição do aumento mensal. O maior impacto foi no setor de habitação, que subiu 2,14% em julho, representando 0,33 pontos percentuais (p.p.) no IPCA-15.
Em seguida vieram os gastos com transportes, com alta de 1,07% e 0,22 p.p. de peso no índice. Dentro deste grupo, a maior alta foi das passagens aéreas (35,64%). A título de comparação, o preço das passagens teve queda de 5,63% em junho. Por sua vez, o preço da gasolina subiu 0,50% e acumula forte alta de 40,32% em 12 meses.
As despesas com alimentação também ficaram mais caras, com um aumento de 0,49% em julho, acima do registrado em junho (0,41%). Seu peso no índice foi de 0,1% p.p. A feira doméstica registrou o maior crescimento: 0,47%, uma alta superior a 200% em relação ao mês passado.
Em contrapartida, os gastos com saúde tiveram deflação em julho, com queda de 0,24%. A principal queda ocorreu no preço dos plano de saúde (-1,36%), devido ao reajuste negativo de -8,19% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 8 de julho.
A divulgação do IPCA-15 reforçou com dados o que muitos brasileiros sentiram no bolso: o dinheiro está valendo cada vez menos. De fato, a inflação aumenta conforme a quantidade de sacolas na feira diminui de tamanho e peso.
Na última quarta-feira (21), o UBS Group divulgou os resultados de sua pesquisa trimestral que avalia o sentimento do investidor com a economia. Para 79% dos respondentes, a inflação continuará a crescer nos últimos 12 meses, sendo que 64% deles enxerga uma alta superior a 5%.
O temor não é apenas brasileiro, visto que a inflação também começou a incomodar nos Estados Unidos. Segundo o UBS, 57% dos investidores norte-americanos acreditam que os preços subirão nos Estados Unidos também.
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