Economia

Presidente do BC diz que ‘banqueiro central tem fetiche por regulação’ ao falar de cripto

O presidente do Banco Central do Brasil (BC), Roberto Campos Neto, afirmou em um evento realizado nesta sexta-feira (26) pela 1618 Investimentos, em São Paulo, que as bases dos criptoativos vieram para ficar. De acordo com uma reportagem do Valor, o chefe do BC do Brasil disse que a blockchain gera eficiência:

“As pessoas focam muito na moeda [cripto], mas eu foco mais no processo”, disse ele no evento. “O processo da blockchain, que é digitalizar o valor e negociar, isso gera eficiência.”

Ainda em sua fala, falando sobre o tema da regulação, ele afirmou que “banqueiros centrais têm um fetiche de regulação”.

“Óbvio que se todo um país usa uma moeda que não é emitida pelo BC, a política monetária é afetada”, disse ele, referindo-se às criptomoedas como o Bitcoin (BTC).

🚀 Buscando a próxima moeda 100x?
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora

Mas, para ele, não cabe às autoridades monetárias dizerem se um indivíduo deve comprar algo ou não. Em vez disso, deve-se focar na transparência das transações e estar atentos às oportunidades que surgem com a nova tecnologia. De qualquer forma, ele defendeu que as pessoas devem sim, saber o que estão comprando.

Outro aspecto que preocupa Campos Neto, segundo ele próprio, é a concentração no setor cripto.

“Temos 80% dos criptoativos em custódia em quatro empresas. Temos um risco de concentração grande”, disse ele.

Regulação de criptomoedas

A regulação do setor cripto é um tema de debate no mercado brasileiro. Embora alguns projetos já tenham avançado, ainda não há nenhum regulamento específico sobre os ativos digitais, além da Instrução Normativa 1.888, que obriga a prestação de informações de operações com criptoativos.

Em junho deste ano, por exemplo, Campos Neto afirmou em uma audiência pública na Câmara dos Deputados que o BC iria regular as exchanges que operam com ativos digitais no Brasil.

Antes disso, no fim do ano passado, ele enfatizou que os ativos digitais representam mais uma forma de investimento do que uma moeda no Brasil. Por isso, a ideia dele era regular primeiro os criptoativos como instrumento de investimentos e, posteriormente, como moeda de troca.

Na época, ele observou que as criptomoedas cresceram muito como veículo de investimento no país, impactando inclusive os números de importação.

Por outro lado, Campo Neto observou que as moedas, em geral, têm função de meio de pagamento. E, nesse sentido, o crescimento das criptomoedas foi menor que seu uso como investimento.

“A consequência disso para o BC é que nós vamos primeiro regular como investimento. E aí depois, em um outro passo, vamos imaginar como fazer isso como meio de pagamento. O que tem hoje na mesa é regular os criptoativos como veículo de investimento.”

Leia também: Bitcoin cai 4% e ETH perde 8% após falas do presidente do Fed

Leia também: Binance confirma suporte para fork do Ethereum após The Merge

Leia também: Binance e FTX estariam interessadas nos ativos da Voyager; Coinbase declinou, dizem fontes

Compartilhar
Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

This website uses cookies.