Presidente da Argentina considera criptomoedas para combater inflação

A Argentina pode utilizar-se das criptomoedas para combater a alta inflação que assola o país. Tal afirmação foi dita pelo presidente do país, Alberto Fernández, durante entrevista ao programa local Caja Negra na quarta-feira (11).

Embora não tenha estabelecido nenhuma ação concreta, Fernández defendeu que haja um debate a respeito do assunto. Segundo o mandatário, as criptomoedas já viraram uma tendência mundial, e a Argentina não pode ficar de fora.

“Você tem que se acostumar, aproveitar o bem e regulá-lo de alguma forma, porque pode levar a abusos. A vantagem é que o efeito inflacionário seria contido e até anulado de alguma forma. Afinal, elas (criptomoedas) são moedas fortes”, acrescentou.

Segundo o Instituto Nacional de Estadística y Censos (INDEC), a inflação oficial do país subiu de 50,2% em junho para 51,8% em julho. Em 2021, o índice médio de inflação foi de 45,55%, o segundo maior da América Latina.

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Banco Central e presidente em sintonia

Curiosamente, a declaração de Fernández coincidiu com a fala de Miguel Pesce, presidente do Banco Central argentino. Um dia antes, em 10 de agosto, Pesce afirmou que o banco estuda a integração entre o Bitcoin (BTC) e os sistemas de pagamento vigentes no país.

Ao mesmo tempo, Pesce alertou que nenhuma criptomoeda é um ativo financeiro e, portanto, ainda não são regulados pela lei argentina. Adicionalmente, não há uma cotação oficial no preço, o que, segundo Pesce, pode confundir pessoas com menos conhecimento.

Fernández também utilizou o argumento da falta de regulamentação e, por sua vez, citou o risco de golpes com criptomoedas. Porém, o presidente reconheceu que este assunto merece ser estudado e as criptomoedas não podem ser demonizadas.

“Também é verdade que a insegurança é gerada porque houve alguns golpes com o seu uso. A discussão sobre o funcionamento dos criptomones é global e devo confessar que é um tema de cuidado, no meu caso, porque não conheço. Mas talvez seja uma boa alternativa”, disse.

Avanços da Argentina em criptomoedas

Apesar da manifestação de Fernández ser pouco comum, o uso de criptomoedas na Argentina tem avançado em outras esferas. Recentemente, um deputado propôs uma lei para que criptomoedas possam ser usadas no pagamento de salários no país.

O país vizinho frequentemente registra os maiores volumes de negociação de BTC na América Latina. A Argentina costuma superar até o Brasil nesse quesito. Em outras palavras, as criptomoedas são vistas pelos hermanos como uma reserva de valor tão confiável quanto o tradicionalmente utilizado dólar.

Em 2019, o bilionário e entusiasta de criptomoedas Tim Draper sugeriu ao então presidente Maurício Macri que adotasse o BTC como moeda oficial do país. A sugestão foi ignorada e a Argentina perdeu a dianteira para El Salvador. No entanto, o país segue como um dos líderes em adoção na América Latina e pode fazer história como a primeira economia do G20 a utilizar oficialmente uma criptomoeda.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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