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Presidente da ABCripto diz que a comunidade deve contribuir e fortalecer o ecossistema de criptoativos

Colaboração, engajamento e descentralização, estas são os temas-chave que a ABCripto, Associação Brasileira de Criptoeconomia, pretende trabalhar em busca do fortalecimento do setor no Brasil. Embora a Associação tenha sido lançada oficialmente recentemente, os trabalhos que a organização têm desenvolvido já estão avançados e almejam o engajamento da comunidade de criptomoedas.

O Criptomeodas Fácil conversou com exclusividade com Luiz Calado, atual presidente da ABCripto, que também é economista chefe da exchange Mercado Bitcoin. Calado destacou as iniciativas que vêm sendo trabalhadas e frisou:

“Queremos que todo mundo participe, mesmo que não seja sócio, basta entrar no site, acessar os documentos e ações propostas pelos grupos de trabalho e opinar, debater, criticar, pois isso é sadio para todo o desenvolvimento do ecossistema”, destacou.

Calado comentou mais detalhes sobre iniciativas da organização. Confira!

Grupo de Trabalho de Certificação Profissional

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“Este é um grupo no qual a ABCripto está trabalhando na criação de certificações para os integrantes do mercado, afinal, muita gente se coloca como especialista em blockchain, mas efetivamente, não temos como comprovar ou atestar isso. No mercado internacional já existem algumas certificações, no entanto, nenhuma delas em português. Desta forma é bem razoável que o mercado se coordene para criar uma certificação para trazer um pouco  mais de credibilidade para as informações. Este grupo, assim como todos os outros da ABCripto é aberto e todos podem opinar. Nessa proposta que temos elaborado  estamos juntando o que tem de mais positivo nas outras certificações até mesmo de outros setores e buscando adaptar para nosso segmento,afim de que haja exigências ‘minimas’ para a pessoa falar que é profissional certificado/a em blockchain.

A iniciativa foi uma proposta da Ingrid Barth, que lidera o grupo de trabalho de inovação da ABCripto. O que temos desenvolvido não é no sentido de restringir ninguém, pelo contrário, queremos incentivar o estudo das pessoas, a educação e desta forma acreditamos que vamos beneficiar todos os usuários e também aqueles que estão em busca de novos funcionários, além daqueles que já vem estudando blockhain por um longo tempo. Ah, toda certificação será registrada em blockchain para garantir a integridade e a imutabilidade dos dados. Mas, se você não concorda com os pontos que estamos colocando, entre no grupo, debata, discuta, opine, o que precisamos é de todo este movimento para que a proposta tenha reconhecimento da comunidade.”

Código de Ética

“O documento que temos elaborado e chamamos de Código de Ética ou Código de Conduta, tem o objetivo de promover a autorregulação do ecossistema por meio de normas e procedimentos a serem observados pelos colaboradores, diretores, conselheiros, associados e, repito, por aqueles que também não fazem parte da ABCripto. A regulamentação é muitas vezes vista como algo ‘ruim’, mas temos uma outra visão, de que por meio da elaboração de uma regulamentação minima e permissiva conseguiremos fortalecer o mercado e trazer novas pessoas, novos investidores, novos desenvolvedores e mesmo impulsionar a adoção das criptomoedas pois a regulamentação cria um “ambiente legal” que outorga credibilidade ao mercado. Acredito que precisamos de uma regulamentação positiva permita a existência do mercado. Natalia Garcia, vice presidente da ABCripto e sócia da foxbit tem liderado esta iniciativa com muito entusiasmo

No entanto, todos aqueles que tem uma posição mais refratária ao Estado e que acreditam que o cerne da criptoeconomia é não ter regulamentação, nos também respeitamos a opinião deles e convidamos para participar da discussões e colaborar no debate, para que a própria discussão possa avançar coletivamente. Não queremos propor nada parecido com “Super regulamentação”, mas queremos garantir um minimo de competitividade para que não sejamos comparados com segmentos que não queremos ser comparados com o de cybercrime. Portanto, não é super regular, mas construir um ambiente de contribuição entre mercado e governo para que  as mudanças ou legislações sobre o tema sejam feitas de maneira corretar para todos. Para eliminar burocracias e ser um marco na disrupção, o código será assinado via blockchain.”

Carta aos presidentes/candidatos

“Veja, em busca de melhores práticas para o seguimento para evitar que criptos sejam usadas para atividades criminosas como corrupção e  lavagem de dinheiro elaboramos o Código de Ética que falei acima, mas também elaboramos uma Carta aos candidatos tanto ao executivo quanto ao legislativo, e esta carta é publica, aberta a opinião de todos, para que eles percebam que este é um mercado organizado e que tem uma certa ‘coordenação’ em busca de objetivos comuns, como o reconhecimento institucional de mercado, é a iniciativa liderada por Kelsen Oliveira, também recebendo contribuições de todos que desejarem através do nosso site.

Além disso temos falado com outros reguladores institucionais como Banco Central do Brasil, CVM e outros e agora em novembro devemos fazer uma visita a Nova York (missão técnica)para conhecer e interagir com os reguladores do Pais que elaboraram o BitLicense, um alei que pode ser encarada como muito rígida que pode ser adaptada para um versão voltada ao mercado nacional que também tem suas características únicas. Assim também, em nosso roadmap, já prevemos visitas a Malta, Suíça e Estônia, além de Israel, e Londres, pois todos são nações que querem se posicionar como líderes neste mercado emergente.”

Congresso Brasileiro de Criptoeconomia

“Nesse nosso espirito de descentralização e tendo em vista que o Brasil é um país continental queremos iniciar em 2019 uma série de eventos que, até o momento, temos chamado de Congresso Brasileiro de Criptomoeconomia e cujo objetivo é unir a área de pesquisa e desenvolvimento com os usuários. Queremos atrair pessoas que querem apresentar White Papers, teses, artigos acadêmicos, novos desenvolvimentos, enfim uma ampla gama de atores que por meio de diversas ações buscam entender, gerar dados e impactar o mercado, a grosso modo, seria unir a academia com o mercado. A ideia é que este Congresso tenha seu start aqui em São Paulo mas que ele consiga atingir todo o país e por isso já temos edições pensadas em outros estados.

Junto com o congresso queremos ter um curso de blockchain também para apresentar a tecnologia e para que aqueles que não estão tão familiarizados com ela possam realizar esta interação, afinal o intuito também é educação e queremos reunir toda a comunidade, pesquisadores e todos para trabalhar o ecossistema.”

Além destes pontos, Calado também destacou que a ABCritpo vem debatendo a criação de um “índice BTC” que não seja vinculado à uma determinada exchange e nem à uma única plataforma, como ocorre hoje. Outra proposta é a criação de um “Premio Cripto”, que seria um reconhecimento a diferentes agentes do mercado, como youtubers, portais, empresas, soluções, etc, e que também contará com a contribuição e validação da comunidade.

Como disse Carl Amorim, do Blockchain Reserach Institute e membro da diretoria da ABCripto, para participar e opinar na associação é preciso “realizar duas provas de trabalho, a primeira Proof-of-Stake, tem que ser entusiasta ou associado, e Proof-of-Work, tem que reunir, discutir e provar que fez isso, e na hora que vocês apresentaram (as demandas), nós da diretoria só temos que aprovar o bloco e nos comprometemos a implantar tudo aquilo que for decidido. Aqui todos têm voz igual e não tem voto discriminatório. Nascemos nos princípios da blockchain e a diretoria não tem poder de determinar nada, que tem o poder são os grupos de trabalho, sem hierarquia mas com o princípio da verticalização”, destacou ele.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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