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Prêmio Nobel de economia compara o Bitcoin com a “bolha de Cincinnati”

Chamar o Bitcoin de bolha não é uma grande novidade – de Warren Buffett, investidor e filantropo norte-americano, até James Wales, cofundador do Wikipedia, as pessoas alertam para os perigos de bolha, em diversos setores, desde 2013. Mesmo assim, o Bitcoin continua crescendo e desafiando previsões daqueles mais pessimistas.

A última delas foi realizada por Robert Shiller, ganhador do prêmio Nobel de economia em 2009. Shiller, que ficou famoso pelos seus alertas sobre a bolha “pontocom” e a bolha dos imóveis, que deu origem à crise de 2008, afirmou que o Bitcoin é apenas “o mais recente caso de uma fracassada tentativa de revolucionar o dinheiro, fracasso esse que já dura mais de um século”.

“Ninguém de fora do departamento de ciência da computação consegue explicar como funcionam as criptomoedas”, escreveu. “Esse mistério cria uma aura de exclusividade, dá um certo glamour ao novo dinheiro e enche os devotos de um zelo revolucionário. Nada disso é novo e, como aconteceu com as inovações monetárias do passado, uma história convincente pode não ser suficiente.”

Shiller comparou o Bitcoin com uma bolha pouco conhecida, a “bolha da loja do tempo de Cincinnati“, que ocorreu nos Estados Unidos no século XIX.

A bolha da loja do tempo

A história da bolha surgiu no ano de 1827, quando um homem chamado Josiah Warren, que possuía uma filosofia anarquista, decidiu testar a sua versão particular da famosa teoria do valor-trabalho, teoria associada aos economistas Adam Smith, David Ricardo e, principalmente, Karl Marx.

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Warrer abriu a Cincinnati Time Store, que vendia produtos em horas de trabalho, através das chamadas “notas de trabalho”, cujo lastro da moeda seriam as horas trabalhadas por uma pessoa. Dois anos mais tarde, o fabricante de produtos têxteis do País de Gales, Robert Owen, tentou estabelecer o National Equitable Labor Exchange em Londres, com base no “dinheiro do tempo”. Ambos experimentos fracassaram e um século depois, a proposta do economista John Pease Norton de criar um “dólar elétrico” foi encarada como uma verdadeira piada, em vez de uma inovação monetária.

Enquanto muitos dos experimentos monetários referenciados por Shiller fracassaram depois de alguns anos, o Bitcoin, maior ativo digital do mercado, já está em operação há quase uma década. Seu valor de mercado subiu de US$30 bilhões para US$143 bilhões em apenas um ano, segundo a ferramenta CoinMarketCap.

Expectativas e bolhas

Apesar das diversas tentativas de identificar bolhas no mercado de ativos digitais, as principais moedas continuam firmes e com projetos cada vez mais inovadores – o que começa a se refletir no crescimento de seus valores de mercado.

Balaji Srinivasan, diretor de tecnologia da Coinbase Inc., escreveu, em uma revista distribuída na conferência Consensus 2018, que as criptomoedas estão cumprindo as expectativas em pelo menos três maneiras: como reserva de valor, no caso do Bitcoin, como veículo para levantar capital com ofertas iniciais de moedas (ICOs, na sigla em inglês) e como um meio mais rápido e barato para transferências internacionais.

A posição de Shiller ao classificar o Bitcoin como uma bolha não é novidade. Em setembro do ano passado ele afirmou que o Bitcoin era “o exemplo perfeito de uma bolha especulativa.” Uma espécie de mantra que, é forçoso repetir, é falado há pelo menos cinco anos.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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