Por que o Japão tornou-se uma potência no Bitcoin?

Artigo publicado pela Forbes, site de notícias da revista norte-americana sobre negócios e economia, relata a história do Japão no universo do Bitcoin, como país com maior participação de mercado da moeda digital iniciou o processo de adesão, quais medidas foram tomadas atualmente e os próximos passos.

Por volta de 2013, o Bitcoin despontou como grande inovação. A Mt.Gox, corretora de criptomoedas, localizada em Tóquio, possuía 70% do volume global de negociações de Bitcoin. No entanto, a Mt.Gox encerrou suas atividades quando descobriu que tinha sofrido um ataque hacker. Aproximadamente 850 mil Bitcoins, no valor de cerca de US$ 450 milhões na época, foram presumivelmente roubados. Mark Karpeles, presidente da corretora de criptomoedas, foi preso no Japão sob a acusação de fraude e desfalque, e a notícia reverberou por todo o país.

A verdadeira natureza do incidente ainda é um mistério e devido à grande repercussão do caso o nome “Bitcoin” passou a ser fortemente associado com esquemas de fraude, roubo e ponzi por muitos anos no Japão.

Na mesma época, no entanto, surgiam outras empresas no Japão. Por exemplo, a criação da Bitflyer, uma corretora de criptomoedas iniciada por um grupo liderado por um ex-gerente de investimentos do banco norte-americano Goldman Sachs. Ou então a Quoine, uma corretora de moedas digitais, com sede em Cingapura, que abriu uma filial no Japão.

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À medida que essas corretoras de moedas digitais foram entrando no mercado japonês lentamente, também foram criadas algumas criptomoedas japonesas. Como por exemplo a Monacoin, uma moeda digital popular entre os jogadores online que também pode ser usada para comprar produtos online. Atualmente, a Monacoin é a 35ª maior moeda digital do mundo em termos de valor de mercado.

Há alguns meses, a China determinou o fechamento das corretoras de moedas digitais, além de também proibir atividades de financiamento através das ofertas iniciais de moedas (ICOs, na sigla em inglês). O banimento das ICOs também ocorreu na Coreia do Sul.

Com uma estratégia diferente, no dia 1º de abril deste ano, o Japão alterou a lei de serviços de pagamento (que faz parte da lei bancária do país), passando a aceitar as moedas digitais como forma legal de pagamento. Além disso a agência de serviços financeiros do Japão (FSA, na sigla em inglês) aprovou oficialmente, em setembro, a operação de 11 corretoras de criptomoedas.

A combinação do selo oficial de aprovação do governo japonês e políticas restritivas dos países vizinhos ajudou a influenciar o aumento do preço do Bitcoin para US$ 7 mil. Atualmente, o volume de negócios da moeda digital originados no Japão gira em torno de 60% dos volumes globais de Bitcoin.

Em relação às ICOs, o Japão ainda não possui regulação clara em vigor. Um token que se parece como uma garantia financeira através de uma ICO deveria ser considerado um “esquema de financiamento coletivo“, sendo assim abrangido pela lei de troca de instrumentos financeiros, determinada pela FSA. Neste momento, a FSA diz estar trabalhando muito próxima da indústria de Blockchain do Japão para garantir uma estrutura adequada com o intuito de evitar ICOs problemáticas assegurando o crescimento saudável desse novo esquema de financiamento.

Tóquio pode ter perdido seu status como o centro financeiro da Ásia, mas parece que a estrutura regulatória está sendo construída de modo a não perder seu lugar no universo das criptomoedas. Espera-se que essa tendência continue e o Japão recupera sua estatura como líder em inovação tecnológica e financeira.

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Amanda Bastiani

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