Categorias Notícias

Plano para enviar ajuda humanitária à Venezuela usando Bitcoin está sendo preparado

A Venezuela, outrora um dos países mais ricos do mundo, vivenciou uma completa destruição de sua estrutura econômica nos últimos 20 anos. O país, que detém as maiores reservas de petróleo do mundo, hoje sofre com escassez de produtos, taxas de inflação que beiram a insanidade e um completo desarranjo em sua economia e no padrão de vida da população.

Outrora detentores de um padrão de vida invejável, os venezuelanos agora disputam comida com cães nas latas de lixo e precisam recorrer a métodos bastante heterodoxos para sobreviver, como o contrabando de comida e a mineração de Bitcoin. A criptomoeda, por sinal, tem batido recordes de demanda no país sulamericano.

E no que depender de um desenvolvedor norte-americano, o Bitcoin pode se tornar ainda mais útil para amenizar a situação de pobreza dos venezuelanos.

Ajuda humanitária com Bitcoin

Devido ao grau de caos no qual se encontra a Venezuela, muitas pessoas estão começando a desistir de buscar soluções políticas e começaram a tomar ações mais práticas para auxiliar as pessoas que sofrem no país.

🚀 Buscando a próxima moeda 100x?
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora

Uma dessas pessoas é o norte-americano Jonathan Wheeler. Ex-funcionário do banco Goldman Sachs, Wheeler hoje trabalha com desenvolvimento em tecnologia depois de ter deixado o emprego no banco em fevereiro deste ano. Ao enviar o seu email de despedida, Wheeler incluiu na mensagem uma espécie de plano para levar ajuda humanitária para a população da Venezuela com o uso do Bitcoin. Esse mesmo plano foi divulgado pelo desenvolvedor em seu blog pessoal.

Segundo a proposta de Wheeler, a meta é levantar o equivalente a US$300 milhões em Bitcoin e enviar esse dinheiro para os mais de 30 milhões de venezuelanos que sofrem com a crise no país. Além da meta grandiosa em termos financeiros, Wheeler também pretende criar uma organização sem fins lucrativos que tenha como objetivo levantar recursos para mais planos de ajuda, destinados a países que possuem algum tipo de crise financeira devido a desarranjos monetários.

Embora tenha divulgado o plano com detalhes em seu post, o desenvolvedor afirmou que irá manter em segredo os detalhes específicos de sua execução, por razões de segurança. Eles temem possíveis retaliações do governo do país, o qual é marcado por perseguição e prisão de indivíduos considerados opositores ao regime.

Escala e colaboração geral

Uma das dificuldades apontadas no texto para que o plano funcione é a falta de membros suficientes para apoiar a arrecadação dos fundos necessários. Wheeler ressaltou que é preciso uma adesão significativa de pessoas interessadas em ajudar a causa. Em uma entrevista à agência de notícias CoinDesk, ele afirmou:

“Para dar a maior probabilidade de sucesso, o plano tem que ser executado em massa. Estamos tentando fazer disso uma missão colaborativa em grande escala para ajudar pessoas que sofrem com a tirania financeira.”

Wheeler afirmou que manteve diálogo com diversos investidores de Bitcoin – e recebeu uma aceitação 100% positiva ao plano.

“Todos os bitcoiners com quem conversei indicaram que ficariam felizes em doar 1% de suas participações para a causa, sabendo que, se a missão for bem-sucedida, isso provavelmente aumentará o valor dos 99% restantes de seu patrimônio, devido ao grande aumento na utilidade e atenção do mundo real e, portanto, na demanda pelo Bitcoin. Se o projeto vai funcionar ou não, ainda não sabemos. Mas temos muito pouco a perder, frente a um enorme potencial de ganhos.”

A evolução da ajuda humanitária

Embora o Bitcoin já tenha mostrado suas inúmeras vantagens, as quais podem ser de extrema utilidade para a evolução da forma como a ajuda humanitária pode ser realizada ao redor do mundo, poucas organizações ainda estão olhando para a moeda com essa finalidade.

Uma dessas organizações é a BitGive, ONG que recebe doações em Bitcoin e as utiliza para apoiar projetos ao redor do mundo – embora ainda possua uma escala limitada de atuação.

Caso o plano de levar Bitcoin como ajuda humanitária a um país inteiro, especialmente um de grande porte e nome como a Venezuela, seja bem sucedido, ele pode se tornar um dos maiores feitos da história nessa área. E Jonathan Wheeler parece compartilhar do mesmo pensamento. No encerramento de seu post, ele afirma:

“Se conseguirmos cumprir essa missão, ela terá o potencial de se tornar um dos maiores experimentos socioeconômicos da história – e eu não acho que seja um exagero afirmar isso. Seria como testemunhar o lançamento da primeira bomba atômica. O mundo perceberia de repente que Bitcoin não é mais teoria; é prática e é real.”

Compartilhar
Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

This website uses cookies.