PF ‘descobre’ cold wallets e alerta para risco de lavagem de dinheiro e evasão de divisas

A Operação Kryptos, deflagrada em agosto pela Polícia Federal, que culminou com a prisão de Glaidson dos Santos, o “Faraó dos Bitcoins”, foi um alerta para os esquemas de pirâmide financeira de Cabo Frio (RJ).

No entanto, além disso, a operação também chamou a atenção para o que a PF chamou de “nova tecnologia” das criptomoedas.

Segundo o Jornal O Globo, no relatório final da operação, as autoridades policiais registraram que um dos investigados carregava consigo “uma espécie de pen drive cheio de criptomoedas”.

Hard wallets do Faraó dos Bitcoin

O referido “pen drive” era, na verdade, uma carteira fria de criptomoedas (ou “cold wallet”) que não é algo exatamente novo, a não ser para a PF.

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Mais precisamente, o dispositivo encontrado pela polícia se enquadra na categoria de hardware wallets, ou hard wallets. De fato, elas se assemelham muito a um pendrive.

De acordo com o relatório da PF, as cold wallets podem facilitar a evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Afinal, “passam incólumes à fiscalização”, segundo a reportagem do O Globo.

Em seu relatório, a PF afirmou que “o portador de uma cold wallet é a sua própria instituição financeira ambulante, com um mero dispositivo eletrônico de armazenamento de dados que pode conter uma quantidade irrestrita de criptoativos”.

Conforme noticiado pelo CriptoFácil, na ação policial contra a GAS, a PF apreendeu 591 Bitcoins. Na época, o montante equivalia a aproximadamente R$ 150 milhões.

Além disso, os agentes encontraram barras de ouro, 21 carros de luxo, joias e aparelhos eletrônicos, incluindo carteiras cripto.

Nas imagens divulgadas pela polícia, é possível ver várias hard wallets da marca Trezor, uma das principais do mercado. 

Em geral, essas carteiras são usadas para fazer “hold” das moedas com mais segurança. Uma vez que não são conectadas à internet, são mais seguras contra hackers.

Lavagem de dinheiro com criptomoedas

Especificamente sobre lavagem de dinheiro com criptomoedas armazenadas em carteiras frias, especialistas minimizam o risco.

De acordo com Rafael Steinfeld, advogado certificado em compliance financeiro pela LEC, que presta consultoria para empresas do segmento, a verdade é que as empresas de criptoativos são tratadas com “preconceito descabido”.

Isso porque, segundo ele, não é tão simples lavar dinheiro por meio de ativos digitais. Principalmente porque os recursos investidos em cripto já estão integrados ao sistema financeiro tradicional.

Portanto, em tese, esses recursos já passaram por todos os controles de compliance dos bancos.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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