Economia

Petro venezuelano: primeira criptomoeda governamental do mundo fracassa

A primeira criptomoeda do mundo lançada por um governo, está fadada ao fracasso. Isso porque o governo da Venezuela anunciou o fim do Petro. De acordo com informações da mídia venezuelana, o governo pode estar perto de encerrar as operações do Petro, devido a escândalos de corrupção e até mesmo tráfico internacional de drogas e armas.

Segundo informações, três pessoas ligadas à Superintendência Nacional de Criptoativos e Atividades Conexas (Sunacrip), órgão regulador de criptomoedas no país, afirmaram que a instituição decidiu liquidar a moeda digital cinco anos após sua criação.

A decisão chega em meio a uma crise que assola a Sunacrip após alegações de corrupção envolvendo o ex-chefe do órgão, Joselit Ramirez. O escândalo diz respeito a um possível esquema de corrupção de US$ 20 bilhões relacionado à venda de petróleo venezuelano.

A nova diretoria de reestruturação da Sunacrip teria decidido também liquidar as dívidas com os grandes detentores do Petro, incluindo grandes lojas de departamento que começaram a aceitar a criptomoeda como forma de pagamento.

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Petro fracassa

O Petro, cujo preço de mercado já apresentava queda antes mesmo da divulgação dessas informações, foi usado como unidade de conta para a emissão de documentos nacionais, como passaportes e a cobrança de impostos e multas. Ainda é incerto se a Sunacrip usará o valor definido pelo governo para esses pagamentos e liquidações.

A eventual descontinuação da Petro marcaria o fim de uma era. A moeda digital foi promovida pelo governo venezuelano como uma ferramenta para contornar as sanções impostas pelos governos Obama e Trump contra empresas estatais importantes, como a PDVSA.

Aaron Olmos, economista venezuelano, argumentou que a eliminação da Petro criaria um precedente ruim.

“O desaparecimento do Petro significaria o desmantelamento de algo que era parte da proposta econômica de 2018… essa ideia histórica de uma moeda lastreada em petróleo terminou em algo que o governo não conseguiu controlar devido à mesma gestão pública ineficiente”, explicou Olmos.

Além disso, o fim da criptomoeda venezuelana seria um ponto-chave nas negociações entre o governo Biden e o governo de Nicolás Maduro.

Apesar de ter sido inicialmente considerada para acordos internacionais, a moeda digital nunca foi usada para tal finalidade, devido à proibição imposta pelo presidente Trump em 2018, que impediu cidadãos americanos de comprar o Petro.

A liquidadação do Petro também seria parte do processo de reestruturação do governo da Sunacrip, após a prisão de seu ex-chefe, Joselit Ramirez.

Em maio, a blockchain do Petro enfrentou problemas operacionais e parou várias vezes, com relatos de centenas de carteiras bloqueadas. As implicações dessa crise ainda são incertas para a economia venezuelana e o cenário das criptomoedas no país.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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