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Pesquisa aponta que a falta de interoperabilidade, regulação e escalabilidade dificultam a adoção de blockchains

Segundo uma reportagem da Cantarino Brasileiro, que destaca um estudo da Capgemini e BNP Paribas, World Payments Report 2018, a falta de interoperabilidade, a ausência de uma clareza regulatória e a falta de escalabilidade dificultam adoção de blockchains. A pesquisa prevê que os pagamentos eletrônicos apresentem taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 12,7% até 2021, impulsionados por mercados em desenvolvimento. Estes devem apresentar CAGR de 21,6%, liderado pela Ásia emergente com 28,8% nos próximos cinco anos. Até 2021, espera-se que esses mercados respondam por cerca de metade de todas as transações não monetárias no mundo, superando os mercados maduros pela primeira vez, cuja participação atual é de 66,3%.

Como mostra a Cantarino, o estudo aponta que a ruptura no mercado de pagamentos acelera à medida em que novas tecnologias se instalam e bigtechs e fintechs fazem sua presença ser sentida. Em particular, as e-wallets estão em alta e apresentam grande oportunidade de mercado para provedores de pagamentos não tradicionais. Em 2016, as e-wallets representaram 8,6% das transações eletrônicas (um volume de 41,8 bilhões), das quais 71% foram facilitadas pelos fornecedores das bigtechs.

Embora a ruptura esteja se acelerando e os participantes do mercado proliferem, há desafios de complexidade técnica e regulatória para o desenvolvimento de novos ecossistemas de pagamentos inovadores, juntamente com a expectativa do atual nível de segurança. Apenas 38% dos executivos de bancos pesquisados para o relatório disseram que estavam “planejando um papel de âncora” em novos ecossistemas de pagamentos.

Indicativo das complexidades que cercam a inovação no mercado de pagamentos, muitos entrevistados disseram que a adoção de uma infraestrutura de pagamentos em tempo real estava sendo inibida pela falta de interoperabilidade entre sistemas (identificados por 74,1% dos executivos), dados fracos e padronização de autorização (59,3%).

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Nas DLTs (Distributed Ledger Technology), 85,9% destacaram a falta de interoperabilidade, 83,1% de falta de clareza regulamentar e 77,1% de capacidade de escalar como fatores que limitam a adoção.

O relatório também mostra como as principais iniciativas regulatórias e do setor (as KRIIs, em inglês) estão ameaçando criar conflitos à medida que se espalham de um nível regional para um patamar global. As KRIIs conflitantes colocam desafios operacionais e de implementação que podem impedir a transição para novos ecossistemas de pagamentos. Os exemplos incluem a quinta diretiva relativa à luta contra a “lavagem” de capitais (5AMLD), e outras regulamentações como a PSD2 e a GDPR.

O relatório conclui que serão necessárias mais do que iniciativas lideradas pelos bancos para aumentar o novo cenário de pagamentos. A comunidade de serviços financeiros mais ampla – incluindo organizações do setor público, reguladores e terceiros – deve determinar seu papel e trabalhar em conjunto com grandes usuários de pagamento eletrônico para garantir o desenvolvimento de um ecossistema suave, equilibrado e robusto.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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