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PCC usa Bitcoin e empresa investigada na Lava Jato para lavar dinheiro

Lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores organizações criminosas do Brasil, usaram Bitcoin e empresas investigadas pela Lava Jato para lavar dinheiro do tráfico. Além disso, usavam canais de comunicação de vídeo games para se comunicar.

Foi o que revelou um relatório recente da Polícia Federal (PF) ao qual o Estadão teve acesso. De acordo com o delegado Rodrigo Costa, ouvido pelo jornal, em 2018 o PCC passou a usar a estrutura de doleiros para operar com criptomoedas.

A ideia, segundo Costam era evitar a circulação de dinheiro em espécie nos pagamentos da facção.

Uso de Empresa da Lava Jato

Segundo o relatório da PF da Operação Rei do Crime, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, do PCC, lavava dinheiro através de um posto de gasolina em Mauá, São Paulo. O posto em questão pertence à empresa DVBR Alfa Participações, investigada na Operação Lava Jato.

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O posto também integra uma rede de 32 unidades que teria lavado dinheiro de um esquema que movimentou R$ 245 milhões. Destes, R$ 60,6 milhões estavam em espécie

Conforme destacou o delegado, a operação Rei do Crime investigou um total de 78 empresas. Juntas, elas movimentaram R$ 32 bilhões em 4 anos. Ao mesmo tempo, a ação policial obteve o bloqueio de R$ 730 milhões em bens.

Essa não é, no entanto, a primeira vez que os “negócios” do PCC e as investigações da Lava Jato se interligam.

Ainda em 2014, a PF apreendeu documentos das empresas Labogem e Piroquímica, ambas citadas na operação, em um cofre no sítio do traficante Suaélio Martins Leda, que foi preso na época. Ele chegou a ser preso na época, mas está foragido.

Lavagem de dinheiro com Bitcoin

Em 2018, como mencionado, o PCC passou a lavar dinheiro com Bitcoin. De acordo com o delegado Costa, o uso dos criptoativos era uma forma de tentar ocultar as movimentações ilícitas:

“Você ainda tem entrega física, em espécie. Mas para que vou me arriscar se posso dar um comando no computador e colocar 2 milhões em uma conta na China, sem controle? O Bitcoin não tem controle. Posso pegar uma exchange no Brasil, mas posso abrir uma conta através de uma offshore na França, na Inglaterra, na China”, afirmou Costa.

Uso de Vídeo Game

Além das criptomoedas, os traficantes usavam o canal de voz de videogames para driblar a vigilância policial. 

Na prática, um criminoso se cadastra em um jogo com um apelido e convida o outro para uma conversa virtual. Não é necessário nem ao mesmo jogar para “bater papo”.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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