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‘Pastor do Bitcoin’ tem restaurante incendiado e igreja saqueada após suposto calote em investidores

Na última semana, a empresa de Cabo Frio (RJ) Eagle Eyes Investimento, cujo dono é Jonas Gomes da Silva, conhecido como o ‘Pastor do Bitcoin’, encerrou suas atividades. A empresa prometia rendimentos de 15% a 30% por meio de “trade especializado de criptomoedas”.

Após interromper as atividades, o restaurante do ‘Pastor do Bitcoin’ foi incendiado na manhã de quarta-feira (29). Além disso, a Igreja Apostólica Ministério Renascer em Silva, mantida por ele, foi saqueada.

Agora, a Polícia Civil investiga se os investidores supostamente lesados pelo pastor foram os responsáveis pelas ações.

Sobre a Eagle Eyes

Com sede na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, o famoso ‘Novo Egito’, a Eagle Eyes celebrava contratos de investimentos no bairro Jardim Esperança, próximo à referida Igreja.

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De acordo com o Jornal Extra, a empresa foi aberta em maio deste ano pelo pastor evangélico com capital social declarado de R$ 110 mil.

Inicialmente, a empresa garantia lucros de 30% ao mês com aporte mínimo de R$ 2 mil. Mas depois, reduziu os rendimentos para 15% e aumentou o aporte inicial para R$ 3 mil.

O contrato tinha reconhecimento de firma em cartório e notas promissórias assinadas por Jonas. Mas os negócios duraram pouco, já que a empresa encerrou as atividades e deixou os clientes desesperados.

“A empresa Eagle Eyes vem por meio desta, notificar que devido à situação de tudo que tem acontecido em Cabo Frio RJ, a maioria dos investidores estão pedindo o seu capital. Agradecemos a todos que acreditaram e confiaram a nós o seu bem, mas decidimos encerrar nossas atividades e devolver o capital de todos”, informou a nota.

Diante dos fatos, é provável que a Eagle seja mais uma possível pirâmide financeira que usava investimentos em criptomoedas como isca para atrair investidores.

Clientes temem ficar no prejuízo

A empresa até prometeu devolver os investimentos dos clientes. Contudo, os investidores temem ficar no prejuízo. 

Isso porque há vários dias nem Jonas, nem sua família — todos apontados como responsáveis pela Eagle Eyes — são vistos na região.

“Eles não pagam ninguém desde o dia 24 e não respondem ninguém. Só mandaram a nota de esclarecimento. Mas não respondem às tentativas de contato, nem dos investidores, nem dos consultores, nem de pessoas próximas. Não respondem ninguém”, afirmou uma das clientes ao G1.

Outra investidora, que preferiu não se identificar, afirmou ter aplicado todas as suas economias na empresa, cerca de R$ 13 mil:

“Investi todo o dinheiro que tinha na poupança, R$ 13 mil. Primeiro era 30% (de lucro), ficou assim por três meses, depois baixaram o rendimento para 15%. Mas agora ele sumiu com o dinheiro de todo mundo. Ele, a esposa e a família dela sumiram”, afirmou.

Uma outra investidora, que aplicou R$ 6 mil no esquema, contou que a família começou a ofertar investimentos na região há pouco tempo. No entanto, eles vivem em Cabo Frio há muitos anos:

“Todo mundo conhecia. E no início pagaram direitinho. Mas depois pararam e sumiram, não respondem nem dão satisfação.”

Restaurante incendiado

Ao que tudo indica, foram os investidores lesados que incendiaram o restaurante “Paladar” do ‘Pastor do Bitcoin’. 

O portal “RLagos Notícias”, que acompanha o caso, registrou imagens que mostram o interior do restaurante incendiado.

O delegado Carlos Eduardo Pereira Almeida, titular da 126ª DP (Cabo Frio), responsável pelas investigações, confirmou que o estabelecimento que pegou fogo pertencia ao líder religioso.

Algumas horas depois, na tarde de quarta-feira (29), a igreja evangélica onde Jonas realizava cultos teve o portão arrombado por pessoas que se identificaram como  clientes da Eagle Eyes. Elas invadiram o local e levaram aparelhos eletrônicos e outros bens de valor

De acordo com informações, estima-se que a Eagle Eyes tenha movimentado R$ 10 milhões de 5 mil clientes.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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