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Paratii um novo consenso para videos descentralizados

É inegável o fato que vivemos na era dos dados, nunca, em toda a história foi gerada e compartilhada tanta informação como neste tempo presente, para termos uma ideia, estimativas dão conta que mais de 90% de todos os dados gerados no mundo foram criados apenas nos últimos dois anos. São mais de 2,5 quintilhões de bytes criados todos os dias, por inúmeros dispositivos: smartphones, pc, notebooks, tablets, televisores, smart houses, geladeiras, babas eletrônicas e outros gadgets.

No entanto, se por um lado, ao longo da história a informação foi rompendo as barreiras, passando pela “Arvore de cracóvia” e pelos tipos móveis de Gutenberg até chegar no terreno de Berners-Lee, por outro lado, os grandes silos de informação ainda gerenciam os conteúdos, controlando o que pode ou não ser visto, ou, até mesmo o que é recomendado para você, além do mais, lucrando com a informação gerada por outra pessoa. Os intermediários viraram os servidores globais. Para ter uma ideia, 70% do tráfego global de dados na internet hoje são de vídeo, sendo que a imensa maioria são hospedados em plataformas privadas. E eis que emergiu a Blockchain.

Navegando com a Paratii

É exatamente neste ponto que um time de brasileiros deseja implementar um novo paradigma, utilizando a blockchain para eliminar o poder da centralização dos intermediários e devolver o poder aos produtores e consumidores de conteúdo. O nome desse projeto é Paratti.

Desenvolvido por Felipe Santana e Paulo Perez, entre outros, o projeto pretende quebrar a barreira entre criador e usuário, na produção de conteúdo audiovisual, por meio da blockchain, assim, os vídeos não estarão em um servidor único, mas distribuídos em uma rede P2P, na qual cada pessoa que assiste também ajuda na disseminação do conteúdo e como recompensa, pode resgatar unidades de uma moeda virtual criada pela própria startup, a paratii (PTI) desenvolvida na blockchain do Ethereum.

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Em entrevista a revista Época, Felipe Santana definiu a ideia central do projeto:

“É uma pena que uma atividade tão bonita, como contar histórias, seja subvertida por uma cadeia cheia de interesses e intermediários. Queremos que a Paratii seja o que a TV deveria ter sido e nunca foi: uma maneira de todo mundo consumir história dentro de casa. Como não dependemos de servidores, todo mundo que está assistindo ganha, porque está compartilhando pedacinhos desses vídeos”, salientou Felipe.

Segundo Edu Tibiriçá, CEO da Bossa Nova, principal apoiador do Paratii, a empresa resolveu apoiar o projeto quando enxergou o potencial de aplicação na industria de videos online e on demand.

“Nós queremos empoderar bons contadores de história e democratizar o acesso ao entretenimento. Ele tem um papel de transformação muito forte na sociedade”, afirma Edu Tibiriçá.

Vantagens do Player

O projeto Paratii usa redes de armazenamento descentralizadas (RADs), que além de auto escaláveis, também funcionam como um p2p tokenizavel, que são basicamente recompensas geridas por código para aqueles que compartilham recursos de armazenagem e banda larga com outros peers. Abas com um player Paratii ativo tornam-se automaticamente?—?embora temporariamente?—?um  na rede RAD subjacente ao sistema. Eles podem se conectar a peers próximos via WebRTC, ou usufruir de uma infraestrutura de bootstrap que funciona como um “backbone auxiliar de ignição.

De acordo com o blog oficial da Paratii o projeto permite, ao usuário comum, que assiste vídeos na internet, um player que se comporte como outro qualquer, a não ser pela navegação: as ações que você faria em uma plataforma Flix ou Tube agora estão disponíveis dentro do player em si, esteja ele embedado em qualquer página.

Para publishers, canais de conteúdo e plataformas de mídia, o player Paratii é uma solução sem taxa nem modelo de revenue share embutido? —? essencialmente um white label gratuito, open source e customizável para distribuir vídeos em qualquer página web ou aplicação própria. Isso significa que, em vez de desenvolver uma solução a partir do zero e arcar com os custos associados à armazenagem de arquivos, qualquer um pode embedar o player em sua página web ou aplicativo e distribuir seus vídeos livres de oligopólios ou taxas que corroem lucros. Isso vale para desde o New York Times até o vlogueiro do apartamento ao lado.

E, para os anunciantes, o player é uma janela para atenção de usuários, e uma plataforma para a compra de mídia como qualquer outra SSP. A diferença é que aqui o investimento não é canalizado para o bolso de nenhuma entidade ou provedor centralizado, mas sim aproveitado pelo sistema até a última gota (0% de taxação por default), o que barateia o jogo.

Uma ilustração do mecanismo de redistribuição de valor que está sendo traduzido em código. Para mais detalhes, leia o blueprint da Paratii.

Versão Beta

A versão beta do Player da Paratti foi lançado oficialmente nesta sexta-feira, 08 de dezembro, em um evento em São Paulo na Casa do Baixo Augusta.

Até o momento a plataforma conta apenas com conteúdo produzido pela Bossa Nova, mas já é possível entrar em uma lista para ser um dos primeiros a utilizar a ferramenta, e navegar por vídeos ou publicar o seu próprio, no entanto, segundo os desenvolvedores, quando a versão definitiva da plataforma estiver no ar, os criadores de conteúdo poderão escolher se querem deixar os vídeos de seu canal totalmente gratuitos, ou se colocarão anúncios, e até mesmo se adotarão o modelo de assinaturas.

Todos os usuários que utilizarem a plataforma usaram seu Token Erc-20, paratii (PTI) para pagamentos e recebimentos. A intenção dos criadores é lançar a versão definitiva da plataforma entre março e julho de 2018.

Talvez, em 2018, a centralização de conteúdo nos intermediários, ganhe um novo concorrente, cujo nome já tem uma trajetória de sucesso, na história nacional e nas navegações de Amyr Klink; Paratii e para nós, sempre menos centralização e mais democratização afinal, não existe liberdade sem privacidade, que o diga St. Jude.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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