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Os reguladores americanos querem saber onde estão os dólares da Tether (USDT)

A maior exchange de Bitcoin do mundo – a Bitfinex – está novamente envolvida em problemas sobre sua relação com a moeda digital Tether (USDT). Desta vez, segundo o Bloomberg, os reguladores americanos querem saber qual é a relação da exchange – que fechou suas portas ao mercado americano no ano passado – e a moeda e se realmente existe o lastro de 1:1 com o dólar americano.

A Comissão de Negociação de Futuros de Mercadorias dos Estados Unidos (CFTC) enviou intimações para as empresas que compartilham o mesmo diretor executivo, não foi informado quais foram todos os questionamentos ou o conteúdo integral do documento, mas, sabe-se que os americanos querem saber que os mais de US$ 2,3 bilhões de Tether realmente possuem o mesmo valor reservados em bancos para garantir a paridade 1:1 que anunciam.

Erica Richardson, uma porta-voz da CFTC, não quis comentar a reportagem, já a Bitfinex respondeu apenas que recebe processos rotineiramente e que a política da empresa é não comentar nenhum deles. “Nós rotineiramente recebemos processo legal de agentes da lei e reguladores que conduzem investigações”, disse Bitfinex e Tether na terça-feira em uma declaração por e-mail. “É nossa política não comentar sobre tais pedidos”.

Histórico de Problemas com o Tether

O questionamento da relação Tether/Bitfinex não é recente, desde o ano passado a exchange é alvo de diversas criticas, principalmente protagonizadas pelo perfil Bitfinex’ed, que afirma que a moeda é usada para encobrir a insolvência na Bitfinex.  Um documento no site da Tether, compilado pela empresa de contabilidade Friedman LLP, mostra que haveria US$ 443 milhões e 1.590 euros (US $ 1.970) em contas bancárias a partir de 15 de setembro. Os tokens de suporte foram avaliados em US $ 420 milhões naquele dia, de acordo com a Coinmarketcap.com. A Tether não identificou os bancos onde esse dinheiro foi realizado e seus nomes foram apagados no documento.

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No entanto, ao invés de esclarecer os pontos obscuros na relação, a Bitfinex preferiu contratar um escritório de advocacia para processar os supostos autores das ‘fake news’ contra a empresa e -mais recentemente – rompeu o contrato com a auditoria que havia sido contratada para avaliar a relação e solvência das plataformas, embora a Friedman tenha divulgado uma prévia de seu relatório favorável a empresa, declarando não encontrar irregularidades quanto a sustentabilidade da exchange.

Em meio a tudo isso, a Tether Limited, organização responsável pela emissão do USDT, anunciou a emissão de uma nova moeda a EURT, o Euro digital, que, assim como a Tether, será comercializado no modelo 1:1. Diferente do USDT, que usa protocolo Omni Layer, o EURT será emitido através do blockchain da Ethereum e será compatível com o protocolo ERC-20. Além disso, a empresa explica que o protocolo será interoperável com aplicativos da rede Ethereum e ativos vinculados.

Uma revelação que minasse a credibilidade da Bitfinex e da Tether certamente teria potencial para levar o mercado a quedas assustadoras tendo em vista que o USDT ocupa duas posições entre os 5 pares mais negociados de Bitcoin no mundo.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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