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O que é Schnorr? Saiba mais sobre a atualização do Bitcoin que promete ser maior que o SegWit

O problema de escalabilidade do Bitcoin está gradualmente tornando-se menos alarmante graças à ativação, em agosto de 2017, de uma atualização chamada SegWit, que, embora ainda não tenha sido adotada por todos aqueles que executam nós do Bitcoin, já deu mostras de seu potencial em aumentar a velocidade de transação de rede e reduzir as taxas de transação, além disso, abriu caminho para a Lightning Network, uma solução de segunda camada que vem ganhando cada vez mais aceitação.

No entanto, há um nova peça neste quebra-cabeça de soluções que pode ser encaixada e representa um potencial enorme para o Bitcoin, seu nome é Schnorr, um algoritmo que permite que múltiplas assinaturas sejam agregadas de forma segura, aumentando assim a velocidade e a privacidade oferecidas pelo Bitcoin.

Schnorr

Schnorr não é uma proposta “inventada” por um desenvolvedor do Bitcoin, mas sim um conceito originalmente desenvolvido pelo criptógrafo / matemático alemão Claus-Peter Schnorr (daí o nome). O algoritmo de assinatura Schnorr é essencialmente uma maneira de ligar múltiplas chaves de carteira à uma única assinatura.

As assinaturas são um método de provar que um usuário é, de fato, o proprietário de um conjunto de chaves privadas associadas a um endereço de Bitcoin e, portanto, está autorizado a gastar esses fundos.

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No entanto, uma assinatura não é apenas necessária para em uma transação de Bitcoin, uma assinatura é necessária para cada entrada em uma transação Bitcoin. Resumidamente, as transações de Bitcoin usam saídas de transações anteriores como entradas na construção de uma nova transação, com cada entrada exigindo sua própria assinatura.

Exemplo

Para ilustrar, considere que Alice quer enviar a Bob 1 Bitcoin, no entanto, ela sabe que é necessária uma taxa de transação de 0,25 Bitcoin. Essa transação pode ter as seguintes entradas:

  • Entrada 1 – 0,25 BTC
  • Entrada 2 – 0,25 BTC
  • Entrada 3 – 0,25 BTC
  • Entrada 4 – 0,25 BTC
  • Entrada 5 – 0,25 BTC

Levando em conta a taxa de transação de 0,25 BTC, a saída da transação, ou seja, o número de Bitcoins que Bob receberia seria:

  • Saída 1 – 0,25 BTC
  • Saída 2 – 0,25 BTC
  • Saída 3 – 0,25 BTC
  • Saída 4 – 0,25 BTC

Bob, portanto, receberia 1 Bitcoin no final da transação.

As entradas usadas na construção da transação seriam iguais a 1 Bitcoin, com cada entrada exigindo sua própria assinatura digital. Por causa disso, o tamanho da transação é maior, resultando em espaço adicional sendo ocupado em um bloco. O que as assinaturas Schnorr pretendem fazer, no entanto, é agregar toda a assinatura digital separada necessária para cada entrada em uma única assinatura digital para todas as entradas.

BIP

O desenvolver Pieter Wuile foi o primeiro a propor a aplicação dos conceitos de assinatura Schnoor no Bitcoin por meio de um soft fork (BIP).

“A esmagadora maioria dos dados na blockchain do Bitcoin consiste em assinaturas, portanto, o uso de técnicas baseadas em Schnorr para ‘comprimir’assinaturas permite que uma blockchain muito menor represente a mesma informação criptograficamente verificável”,
explica Tony Crypti, analista de criptografia pura.

Em outras palavras, mais informações de transação poderiam ser incluídas em um único bloco, e se assumirmos uma velocidade máxima atual de sete ou oito transações por segundo para o Bitcoin, a adição de Schnorr poderia trazer até 9,8 ou 10,2. O aumento da capacidade também ajudaria a reduzir as taxas de transação, tornando assim mais barato comprar e vender Bitcoin.

É importante lembra que Schnor, só é uma solução viável para o Bitcoin devido à introdução do SegWit. Isso ocorre porque o SegWit move todos os dados de assinatura para uma parte separada de cada bloco, o que permite que essas partes tenham suas regras alteradas sem a necessidade de um hard fork.

Consenso e adoção

Por mais promissor que o Schnorr pareça, ainda há a questão de quando será realmente implementado, e se a comunidade de Bitcoin chegará harmoniosamente ao consenso necessário para adotá-lo.

Por exemplo, a atualização proposta do SegWit resultou no hard fork que criou o Bitcoin Cash em agosto de 2017, uma vez que alguns membros da comunidade achavam que isso não seria suficiente para mudar a forma como o BTC é tratado mais como um ativo do que como uma moeda.

E ainda, mesmo que haja suporte consensual para Schnorr, sua implementação ainda dependerá dos usuários que realmente escolherem usá-lo, como é o caso do SegWit. E dado que o SegWit desfrutou de apenas 25% de uso seis meses após seu lançamento, está claro que o efeito do Schnorr nas velocidades e taxas de transação do BTC não será instantâneo.

Leia também: É lançado código teste para a proposta de atualização do Bitcoin com assinaturas Schnorr

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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