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O que é o Hyperledger? Conheça a plataforma para construção de blockchains privadas

As imensas possibilidades de modernização de processos tradicionais via blockchain tem feito surgir uma infinidade de plataformas e tokens que focam em variadas finalidades. No entanto, neste campo também avançaram as blockchain privadas, como o Hyperledger, projeto construído pela Fundação Linux e que tem crescido bastante desde o seu lançamento.

Para entender o que é o Hyperledger primeiro é importante saber o que ela não é, ou seja, ela não é uma empresa, uma startup ou uma criptomoeda.

“O Hyperledger é um esforço colaborativo de código aberto criado para promover as tecnologias de blockchain de vários setores. É uma colaboração global, hospedada pela The Linux Foundation, incluindo líderes em finanças, serviços bancários, Internet das Coisas, cadeias de suprimento, manufatura e tecnologia”, diz o site oficial do projeto.

Criada em dezembro de 2015, atualmente, os membros da iniciativa contam com grandes consórcios de criptomoedas, como a ConsenSys e o R3, e com outras empresas de tecnologia, como Cisco, Fujitsu, Hitachi, IBM, Intel, com empresas financeiras, como ABN AMRO, ANZ Bank, BNY, Mellon, CLS Group, CME Group, Deutsche Börse Group, J.P. Morgan, State Street, SWIFT, Wells Fargo, e outras, como Accenture, Calastone, Credits, Guardtime, IntellectEU, Symbiont.

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O Hyperledger surgiu como forma de atender aos requisitos da indústria que, segundo os membros, os recursos atuais das blockchain públicas seriam insuficientes em resolver, como escalabilidade e falta de suporte para transações privadas. A proposta do Hyperledger é justamente suprir esses requisitos a partir de uma série de casos de uso. A ideia também consiste em estender trabalhos existentes com o objetivo de mitigar as suas limitações. Vale destacar que o Hyperledger tem o foco na indústria, mais especificamente nas relações B2B e B2C.

“Somente uma abordagem de desenvolvimento colaborativo de software open source pode garantir a transparência, a longevidade, a interoperabilidade e o suporte necessários para levar as tecnologias blockchain à adoção comercial convencional. É disso que se trata o Hyperledger – comunidades de desenvolvedores de software construindo estruturas e plataformas blockchain”, afirma o site oficial do projeto.

Algo como o governo executivo do Hyperledger é o comitê de líderes, composto por mais de 10 executivos, a maioria com décadas de experiência em open source e conexões estreitas com vários setores.

Relativamente no início da história do Hyperledger, o projeto teve que tomar uma decisão importante. O diretor executivo Brian Behlendorf foi perguntado se haveria uma “Hyperledger Coin”, uma unidade monetária em execução nas blockchains Hyperledger. Behlendorf respondeu que o próprio projeto Hyperledger nunca construirá sua própria criptomoeda.

“Você nunca verá uma moeda Hyperledger”, disse ele, “não forjando uma moeda, evitamos tantos desafios políticos de ter que manter uma moeda globalmente consistente”. Essa decisão moldou fortemente os objetivos estratégicos do Hyperledger de criar aplicações industriais da tecnologia blockchain.

Todas as “plataformas” do Hyperledger buscam operar em torno de quatro requisitos: transações privadas, identidade e auditabilidade, interoperabilide e portabilidade. Para isso, atualmente, o Hyperledger incuba e promove uma variedade de tecnologias blockchain de negócios, framework, bibliotecas, interfaces e aplicativos:

  • Hyperledger Sawtooth:  conjunto modular de blockchain desenvolvido pela Intel, que usa um novo algoritmo de consenso chamado Proof of Elapsed Time (PoeT).
  • Hyperledger Iroha: Iroha é um projeto de algumas empresas japonesas para criar uma aplicação que seja fácil de ser incorporada à uma estrutura blockchain.
  • Hyperledger Fabric: este projeto é liderado pela IBM. O Fabric é um plug e executa a implementação da tecnologia blockchain projetada como uma base para desenvolver aplicativos blockchain de alto dimensionamento com um grau flexível de permissões.
  • Hyperledger Burrow : desenvolve uma máquina de contrato inteligente admissível ao longo da especificação da Ethereum.
  • Hyperledger Indy: um livro distribuído, construído especificamente para a identidade descentralizada. Ele fornece ferramentas, bibliotecas e componentes reutilizáveis ​​para criar e usar identidades digitais independentes baseadas em blockchains ou outras ledgers distribuídas para interoperabilidade.

Além desses projetos de framework, o Hyperledger possui diversas ferramentas com o objetivo de facilitar e tornar mais efetivo o acesso e o desenvolvimento de blockchains:

  • Caliper: uma ferramenta de benchmark de blockchain, que permite aos usuários medir o desempenho de uma implementação específica de blockchain com um conjunto de casos de uso predefinidos.
  • Cello: tem como objetivo levar o modelo de implantação “blockchain as a service” sob demanda para o ecossistema blockchain para reduzir o esforço necessário para criar, gerenciar e finalizar blockchains.
  • Composer: uma ferramenta de colaboração para a criação de redes comerciais de blockchain, acelerando o desenvolvimento de contratos inteligentes e sua implementação em um ledger distribuído.
  • Explorer: uma ferramenta para visualizar, implantar ou consultar blocos, transações e dados associados, informações de rede, códigos de cadeia e famílias de transações, bem como qualquer outra informação relevante armazenada no livro de registros.
  • Quilt: que oferece interoperabilidade entre sistemas contábeis através da implementação do ILP, que é basicamente um protocolo de pagamentos e é projetado para transferir valor entre livros contábeis distribuídos e não distribuídos.
Hyperledger
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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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