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O que é blockchain? Entenda mais sobre a tecnologia

Não é possível separar a Blockchain e o Bitcoin. Ambos foram construídos por Satoshi Nakamoto, no entanto, enquanto a inovação tecnológica representada pela cadeia de blocos é considerada uma grande “inovação” e atrai atenção de governos, empresas e instituições pelo mundo, o mesmo não acontece com o Bitcoin, que sofre com ânimos acirrados de regulamentação e proibição. Mas, se eles não podem ser separados, como empresas pelo mundo anunciam que estão trabalhando com blockchain mas não usam bitcoin? Se a blockchain é pública, como existem blockchains privadas? Afinal, o que é blockchain?

Os primeiros trabalhos em torno de uma rede de blocos criptograficamente segura foi descrito em 1991 por Stuart Haber e W. Scott Stornetta. No entanto, a primeira blockchain desenvolvida foi a do Bitcoin, portanto primeiro é preciso entender que o Bitcoin é uma criptomoeda que não é regulada por uma autoridade central e portanto necessita de uma rede que possa lhe conferir imutabilidade, credibilidade e segurança. Essa rede é a Blockchain. Para entender de uma forma mais didática e não tão técnica o seu funcionamento adaptamos um guia rápido desenvolvido pela Coindesk, agência de notícias especializada no universo cripto. Confira:

Blockchain

Existem três tecnologias principais que se combinam para criar uma blockchain e fazer seu Bitcoin ‘ir’ de uma carteira para outra. Nenhum deles é novo se pensado isoladamente, no entanto, juntos e trabalhando em conjunto constroem a solução inovadora da blockchain e são eles: 1) criptografia de chave particular, 2) uma rede distribuída com uma razão geral compartilhada e 3) um incentivo para resolver as transações da rede, manutenção de registros e segurança.

Chaves criptográficas

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Duas pessoas desejam transacionar pela internet usando Bitcoin, cada uma delas possui uma chave privada e uma chave pública. Ambas são criptografadas (o Bitcoin usa criptografia SHA-256). Pegando o sistema bancário como exemplo, a chave privada é como se fosse a senha de sua conta no banco, a chave pública a agência e o número da conta dados que a pessoa precisa para lhe enviar qualquer quantia, no entanto, embora a pessoa saiba o seu numero de agencia e conta, sem a sua senha (chave privada) ela não tem acesso aos seus fundos.

A combinação dessas chaves cria uma assinatura digital que lhe confere o controle de seus fundos. Pegando o exemplo do banco novamente, a assinatura digital é a combinação do número da sua agência, da sua conta mais a sua senha. Até este ponto, tudo bem, temos o controle de nossas contas, mas como fazer para que eu possa enviar dinheiro por meio deste sistema? Para isso é preciso combinar um meio para que as transações possam circular. No banco você utiliza diversas formas, caixa eletrônico, celular, website e até o caixa direto no banco, todos elas utilizam a rede própria da instituição bancária como meio de transação. No caso do Bitcoin e da blockchain, isso feito por uma rede distribuída.

Uma rede distribuída

Para entender porque é necessário uma rede distribuída e não uma rede centralizada como a do banco, tente imaginar uma simples árvore caindo na floresta, mas não caindo sozinha e sim rodeada de câmeras de celulares de diferentes pessoas de todo lugar do mundo, cada uma delas transmitindo ao vivo o acontecimento.

Quando a árvore cair, todos que acompanham a história terão certeza que a árvore caiu, porque não só uma, mas várias pessoas registraram e testemunharam sua queda. Temos provas visuais feitas por diferentes aparelhos, todos conectados e acompanhando o evento aberto e sem restrições. Assim é com o Bitcoin e a Blockchain, no lugar da árvore pense na sua transação (o ato de enviar uma quantia a outra pessoa) e no lugar das câmeras uma série de computadores espalhados em todo o mundo ao vivo acompanhando o evento, no caso, sua transação.

No caso da árvore, as câmeras filmavam, e na blockchain, os computadores resolvem o enigma matemático contido na criptografia. Todas as câmeras estavam filmando a árvore, no caso da blockchain, todos os computadores que estão na rede irão receber uma cópia da transação e irão validá-la, ou seja, irão dizer “essa quantia x que pertence ao João está sendo enviada para a Maria e isso é legal pois o João realmente possui x e realmente quer enviar para a Maria este x”. Desta forma, se algum computador ao receber a transação para ser validada, modificá-la, ou seja, alterar qualquer dado, esta alteração não terá consenso e portanto será rejeitada pela rede, afinal os outros computadores que também receberam a transação irão questionar.

Bloco e incentivo

Bom, então, eu possuo uma chave pública e uma privada que juntas compõem minha assinatura digital e com ela eu posso enviar ou receber dinheiro por meio de uma rede distribuída, na qual diversos computadores pelo mundo recebem as transações ao mesmo tempo e validam estas transações por meio da resolução de um problema matemático que envolve a criptografia contida em minha assinatura digital. Esta rede não é regulada por uma autoridade central, mas sim pelas regras escritas para o funcionamento da rede. A partir do momento que eu aceito participar dela, estou sujeito às suas regras, que só podem ser modificadas por meio de um consenso entre todos os participantes, no caso, é a rede que regula a própria rede. OK, isso explica o termo “chain”, mas e o “block”? O que são os famosos blocos da Blockchain?

Cada bloco possui um conjunto de transações, e cada transação que contém seu conjunto de informações: a assinatura digital, timestamp e outros dados dados referentes às regras definidas para o funcionamento da Blockchain. Isso significa que cada bloco é gerado com todas estas informações da sua transação e de outras transações. No entanto, este bloco da sua transação será agrupado com diversos outros blocos, que também agrupam outras transações, então, como um cubo mágico, todos os blocos “menores” formam um bloco maior.

Na rede, composta por diversos computadores conectados em todo o mundo, este bloco será validado e todas as transações que nele estão contidas e que atendem aos protocolos da rede serão verificadas e confirmadas. Os computadores que realizam este processo são chamados de mineradores. Para resolver toda a matemática contida em cada bloco, os mineradores precisam de todo poder de processamento quanto puderem dispor em sua máquina e, para tanto, eles necessitam que a máquina esteja ligada, funcionando e sempre em sincronia com a rede.

 

E como não há uma autoridade central que irá remunerar esta máquina pelo trabalho que ela executa, as regras da rede determinam que, ao resolver os problemas contido nos blocos, ou seja, ao validar as transações e dizer que são legítimas, cada minerador é remunerado por meio das taxas que são pagas pelos usuários para utilizarem a rede.

Após validar e confirmar este bloco, o minerador devolve o bloco para a rede com aquele problema resolvido e então, como toda a rede também recebeu aquele bloco ao mesmo tempo e também tem a necessidade de resolver os problemas contidos nele, ela irá promover o consenso quanto a este bloco; os outros computadores conectados à rede serão os responsáveis por dizer “muito bem, o trabalho que você fez aqui está correto, eu cheguei ao mesmo resultado” e então, após isso, a transação é considerada como válida, o bloco é adicionado ao histórico da rede de forma linear e sempre fazendo referência ao bloco anterior a ele.

 

Há ainda questões muito mais técnicas e complexas sobre a Blockchain e suas regras de funcionamento, mas de forma Bem sucinta, quando você tem uma transação a ser resolvida ela é enviada a uma rede que irá processar esta transação e, para tanto, a rede recebe um incentivo. Ao resolver a transação, ela é inserida junto ao histórico de todas as outras transações válidas criando um grande “livro”, contendo todo histórico da rede. Por isso, as Blockchains são chamadas DLT´s – distributed ledger technology – uma tecnologia de livro distribuído.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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