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Número de carteiras com mais de 1 Bitcoin cresce nos últimos doze meses

Uma métrica chave na blockchain do Bitcoin, mostrada pelo site de análises Glassnode, teve um expressivo crescimento nos últimos 12 meses, possivelmente indicando acúmulo constante de Bitcoins pelos comerciantes de varejo: o número de carteiras com mais de 1 Bitcoin.

De acordo com gráficos do Glassnode, em 14 de janeiro haviam 784.000 endereços com um ou mais Bitcoins, quase 11% acima dos 707.000 vistos um ano atrás. O número total mais que dobrou desde o início de 2015.

O número caminha juntamente com outro recorde batido em 2019, o de número total de carteiras de Bitcoin. Conforme relatou o CriptoFácil em dezembro, o total de carteiras chegou a 28,39 milhões, maior número desde outubro de 2018.

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“O aumento constante é o resultado da acumulação pelos compradores do varejo”, declarou Connor Abendschein, analista de pesquisa de criptoativos da Digital Assets Data, em Denver.

Sardinhas e baleias

O crescimento de endereços também pode vir de exchanges e grandes players, conhecidos como “baleias”, embora esses endereços geralmente mantenham grandes saldos e geralmente estejam no topo da “lista dos mais ricos” do Bitcoin, o que os coloca em uma tabela dos endereços que contêm mais Bitcoins.

Por exemplo, três dos cinco principais endereços da lista dos mais ricos publicados pelo site bitinfocharts.com pertencem às três das mais importantes exchanges do mundo: Huobi, Bitfinex e Binance. No topo dessa lista está a carteira offline de Huobi, atualmente com 255,5 mil Bitcoins.

Enquanto isso, o número de endereços com saldos entre 0,1 BTC e 1 BTC também aumentou, em média, 10% ao ano. Esses pequenos saldos, no entanto, podem ser resíduos de grandes transações ou holdings de usuários únicos.

Adoção como reserva de valor

“O número crescente de endereços que acumulam quantidades maiores de Bitcoin também é um sinal de que a adoção como uma reserva de valor está aumentando”, destacou Abendschein.

A acumulação no varejo, representada pelo crescimento do número de endereços com uma ou mais criptomoedas, permaneceu sólida ao longo dos anos, apesar das variações de preços.

Os preços do Bitcoin aumentaram de US$3.600 para US$13.880 nos primeiros seis meses de 2019, antes de cair para US$6.430 em dezembro. Mesmo assim, o número de endereços com um ou mais Bitcoins aumentou em 77 mil endereços nos últimos 12 meses.

Esse tipo de comportamento do investidor é visto em mercados de ativos voltados para proteção e reserva de valor, como o ouro. O metal amarelo, um ativo clássico de refúgio e reserva de valor, geralmente encontra compradores em todo o mundo, independentemente das tendências de preços de curto prazo.

No entanto, muitos observadores, incluindo investidores como o investidor bilionário e fundador da Bridgewater Associates, Ray Dalio, são da opinião de que o Bitcoin é simplesmente muito volátil para se tornar uma alternativa adequada ao ouro como uma reserva de valor.

Distribuição de riqueza

“Os saldos de endereços são um bom indicativo de referência para possíveis usuários únicos”, disse Yassine Elmandjra, analista de ativos de criptoativos da ARK Invest. “O crescimento de endereços exclusivos de Bitcoin sugere um aumento contínuo na distribuição de riqueza nesse mercado.”

O mercado, no entanto, ainda é dominado por grandes investidores. Em dezembro, investidores que detinham carteiras com 1.000 a 1 milhão de Bitcoins representavam 42,1% da oferta total, em comparação com 37,9% observados durante a última grande alta do mercado, no final de 2017.

Além disso, o aumento do número de endereços únicos não significa necessariamente um influxo de novos investidores no mercado. Afinal, um único investidor pode armazenar 1.000 BTC em 1.000 endereços ou mais, o que faz essa métrica ter seus limites. Portanto, o aumento no número de endereços com saldo de um ou mais Bitcoins não implica necessariamente maior participação no mercado. Mas é um indicativo positivo de maior movimentação.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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