Novembro obscuro: Bitcoin pode se dividir novamente?

Os eventos antes e depois do hard fork de 1º de agosto deste ano levantaram diversas especulações: desde a ‘morte‘ do Bitcoin até a sua adoção global como substituto universal das moedas fiat. O fato é que, embora tenha inicialmente apontado para a adoção do Segwit2x, a mineradora e corretora chinesa ViaBtc desencadeou a bifurcação da rede do Bitcoin no bloco 478.558 e criou uma nova rede alternativa, conhecida como Bitcoin Cash, que atualmente figura como a terceira moeda com maior capitalização de mercado, segundo dados do site coinmarketcap.com.

Passada a primeira divisão da rede na história do Bitcoin, surgem fortes indícios de que testemunharemos uma nova divisão na rede programada para ocorrer em novembro, provocada pela adoção da proposta de melhoria denominada SegWit2x por parte da grande maioria dos mineradores, que pretende aumentar o tamanho do bloco da rede para 2MB. Atualmente, o limite é de 1MB. Se isso for levado a cabo, teríamos, além da rede principal do Bitcoin e o Bitcoin Cash, uma nova versão que inicialmente vem sendo chamada de Bitcoin2x.

Tudo está previsto para acontecer no bloco 494.784, conforme anunciado esta semana pelos desenvolvedores responsáveis pelo SegWit2x. “Durante o mês de novembro de 2017, aproximadamente 90 dias após a ativação da Segregated Witness na blockchain do Bitcoin, um bloco entre 1MB e 2 MB de tamanho será gerado pelos mineradores em um movimento para aumentar a capacidade da rede. Neste ponto, espera-se que mais de 90% da capacidade computacional passe a minerar esta nova versão alternativa do Bitcoin”.

Além de um novo fork, há também o risco do plano SegWit2x falhar drasticamente, caso ele não obtenha o apoio dos mineradores, e levar a rede principal do Bitcoin a um cenário de incerteza. O que vai acontecer com o ecossistema do bitcoin ainda é uma incógnita e os analistas divergem que isso poderia ser benéfico à rede principal ou que poderia transferir todo o valor adquirido pelo Bitcoin ao longo do tempo para a nova rede, que seria comandada pelo 2x. De qualquer maneira, aqueles usuários que detiverem o controle de suas chaves privadas no momento da bifurcação da rede receberão a mesma quantidade de novas moedas em relação ao seu saldo de bitcoins, exatamente como ocorreu com o Bitcoin Cash.

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Replay Protection

No Twitter, vários especialistas e desenvolvedores do Bitcoin Core estão levantando uma questão técnica que pode ter sérias consequências para o novo hard fork que aparentemente se aproxima. Isso porque, os desenvolvedores do SegWit2x não estão planejando agregar ao novo código uma função conhecida como “replay protection”, que evita que uma transação feita em uma rede seja repetida na rede bifurcada. No caso do Bitcoin Cash, por exemplo, os desenvolvedores colocaram em prática esta funcionalidade e isso evitou que usuários leigos gastassem o mesmo bitcoin nas duas redes.

O aparente motivo pelo qual os desenvolvedores do SegWit2X não querem adicionar o “replay protection” à sua rede é que isso forçaria a rede original do bitcoin a migrar para a nova rede. Alguns especialistas veem esse movimento como uma tentativa dos apoiadores do SegWit2X de aniquilar quem decidir ficar na rede original do bitcoin.

Uma das soluções para o possível problema seria os desenvolvedores do Bitcoin Core, ou seja, da rede principal do bitcoin, incluíram o replay protection na blockchain original. Contudo, isso só seria possível de ser feito por meio de um novo hard fork. Se isso for feito, teríamos, além da rede original do Bitcoin, do Bitcoin Cash e do SegWit2x uma nova rede que seria a rede original do Bitcoin com a adição da função de replay protection.

Outra solução seria contar com a boa vontade dos mantenedores de carteiras e corretoras para que eles próprios fizessem algum tipo de programação em seus sistemas para evitar que usuários leigos ao realizarem uma transação com o bitcoin original não gastem a mesma quantidade de bitcoin na rede bifurcado, no caso, a SegWit2x.

A discussão segue quente nas redes sociais, com acusações de ambos os lados e vale a pena ficar de olho nesse debate, que deverá se estender pelos próximos meses. Novembro pode ser um mês tão dramático quanto foi agosto e o mercado tende a ter grandes variações. O que é certo apenas é que o Bitcoin passará por mais um teste de sua força.


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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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