Nova atualização do Bitcoin Core é liberada: confira o que muda

A nova versão do software do Bitcoin Core (22.0) foi liberada na segunda-feira (13). Esta atualização trouxe uma série de mudanças, entre as quais a versão final da atualização Taproot. A atualização estava disponível na versão anterior, mas apenas em nível de testes.

Supervisionada por Wladimir van der Laan, mantenedor do Core, a atualização contou com 800 contribuições de mais de 100 colaboradores e levou oito meses para ser lançada. Além disso, a nova versão é a primeira que não tem o primeiro zero, sendo chamada apenas de Bitcoin Core 22.0. Confira as principais mudanças no software.

Maior compatibilidade com carteiras de hardware

O Bitcoin Core 22.0 é a primeira versão do software a oferecer suporte a interface Gráfica de Usuário (GUI) na sigla em inglês) para carteiras de hardware. Esse uso poderá ser feito por meio do software Hardware Wallet Interface (HWI) e dispositivos como Ledger, Trezor, Bitbox, Keweykey e ColdCard.

Esta não é exatamente uma novidade, mas sim uma melhoria na usabilidade do BTC. O Bitcoin Core é compatível com carteiras de hardware desde a versão 0.18.0. No entanto, os usuários tiveram que usar inicialmente a interface de linha de comando (CLI) para usar esse recurso.

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Essa limitação tornava difícil para os usuários iniciantes utilizar o software com carteiras de hardware. A partir da versão 0.20.0, os usuários puderam utilizar a GUI parcialmente, mas isso ainda exigia alguns corações manuais para assinar transações. Agora, o uso poderá ser feito de maneira completa, sem necessidade de inserir linhas de código.

Aumento de privacidade

Depois que a versão 0.21.0 foi lançada, o BTC passou a contar com mais ferramentas de privacidade. A princípio houve uma compatibilidade com endereços Tor, mas a nova versão trouxe mais uma camada: o protocolo do Projeto de Internet Invisível (I2P, na sigla em inglês).

O I2P é, assim como a Tor, uma rede de comunicação anônima descentralizada, peer-to-peer (P2P), que funciona na Internet regular. Como a Tor, permite que os usuários se comuniquem por motores de roteamento em uma rede, usando diferentes camadas de criptografia. Essas camadas ocultam a identidade, a mensagem e os endereços de IP do destinatário e remetente das transações.

A diferença entre a TOR e a I2P é sutil. Esta possui uma solução mais distribuída para mapear a rede, que é necessária para o roteamento de mensagens. Em suma, os usuários contarão com uma segunda alternativa segura para ter mais privacidade em suas transações.

Múltiplas assinaturas maiores via SegWit

Aprovado e implementado em 2017, o SegWit ainda recebe atualizações. No Bitcoin Core 22.0 será possível utilizar múltiplas assinaturas com uma maior capacidade de chaves. Apesar do Bitcoin Core não possui limite de endereços para múltiplas assinaturas, o SegWit possui um limite.

Até a versão anterior, era possível fazer multiassinaturas com até 16 chaves em transações via SegWit. Com a nova atualização, essa capacidade será ampliada para 20. Isto é, uma carteira SegWit com múltiplas assinaturas poderá conter até 20 chaves.

Multiassinaturas podem ser usado para vários fins. Um exemplo é proteger fundos usando vários dispositivos para que, mesmo que um dispositivo esteja comprometido ou perdido, os BTC ainda estão seguras e acessíveis. Da mesma forma, a Multisig pode ser usada para compartilhar o controle sobre os fundos entre várias pessoas, exigindo cooperação entre eles para gastar as moedas.

Taproot versão final

Por falar em privacidade, o aumento do anonimato foi um dos motivos que levou a aprovação do Taproot em junho. Dessa vez a atualização receberá sua implementação final, mas a ativação deverá ocorrer em meados de novembro.

O que acontecerá é que o Bitcoin Core 22.0 validará totalmente as novas regras do Taproot. A partir do momento em que a atualização estiver ativa , todas as transações via Taproot serão verificadas para validade de acordo com as novas regras de protocolo.

Além disso, a carteira do Bitcoin Core suportará a criação de saídas básicas, ou seja, endereços nativos do Taproot. Os usuários poderão aceitar pagamentos que podem ser gastos com uma única chave privada. Esta chave, por sua vez, estará protegida usando a lógica do Taproot.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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