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Nem mesmo o presidente da Venezuela sabe quanto vale a criptomoeda estatal Petro

O controverso projeto da primeira criptomoeda emitida por um Estado, o Petro, da Venezuela, supostamente suportado por barris de petróleo ainda não explorados no país, tem se mostrado cada vez mais uma possível fraude organizada pelos governantes venezuelanos. Um recente levantamento feito pelo portal de notícias CCN, revelou que nem o presidente Nicolás Maduro e tampouco as agências governamentais sabem especificar qual é o real valor da criptomoeda que também não guarda nenhuma correlação com os barris de petróleo que seriam seu balizador de valor.

Uma análise das fontes oficiais do governo feita pelo portal mostrou que a criptomoeda possui valores substancialmente diferentes. De acordo com o site do Banco Central da Venezuela, o valor do Petro é de 9 mil bolívares soberanos. Em seu website, ele apresenta taxas de câmbio que confirmam esse valor e que afirmam que um dólar americano é igual a 638,18 bolívares soberanos. Assim, um Petro estaria estimado em pouco mais de US$14.

No entanto, olhando para a taxa de câmbio do Banco de Venezuela, que também é controlado pelo governo federal do país desde 2009, um Petro atualmente vale cerca de 38.200 bolívares soberanos, ou cerca de US$59,85. Uma diferença de mais de 427%, Enquanto isso, nos mercados internacionais, o barril de petróleo vem sendo cotado a US$45, ou seja, um valor 13% menor que o Petro quando comparado ao valor da criptomoeda no Banco venezuelano.

É importante notar que a taxa de câmbio do bolívar soberano em relação ao dólar também não está clara. Enquanto a Venezuela alega que é de 638:1, o Café Con Leche Index da Bloomberg coloca pelo menos 900:1, afinal uma xícara de café no país custa atualmente 450 bolívares, e é equivalente a “menos de US$0,50”.

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Desde o seu anúncio, o governo da venezuela tem feito uma campanha tanto interna quanto externa pela sua adoção, obrigando que empresas estatais a passarem a comercializar o criptoativo, pagando aposentadorias com a criptomoeda e até mesmo sugerindo que a Organização Mundial dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) utilizasse o Petro como unidade universal de valor para definir os preços do Petróleo em todo o mundo.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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