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Nada de fake news: blockchain é usada em notícias envolvendo eleições

A startup brasileira OriginalMy está implementando uma solução em blockchain para combater fake news nas eleições municipais de 2020.

Trata-se do serviço chamado PAC Eleitoral (Prova de Autenticidade de Conteúdo Eleitoral), iniciativa inédita no país, segundo a startup.

O objetivo da OriginalMy com a solução é reduzir o impacto de notícias falsas sobre campanhas de candidatos.

Prova de Autenticidade de Conteúdo Eleitoral

Conforme noticiou o BOL nesta quinta-feira (22), o PAC Eleitoral vai atestar a veracidade de conteúdo difamatório em circulação na internet.

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Para isso, a ferramenta une duas soluções tecnológicas. O PACDigital, que funciona como um certificado de autenticidade para arquivos digitais, e o PACWeb, um plugin que coleta provas e gera relatórios de conteúdos publicados na internet.

Com o PACDigital o próprio candidato pode comprovar se determinado material de campanha é de fato o dele. Dessa forma, evitando plágios ou desinformação.

A advogada de direito digital Samara Castro, parceira da OriginalMy na criação do PACDigital, explicou:

“Na era da deepfake, é muito importante que, antes de qualquer tipo de exposição na mídia, o arquivo original seja autenticado para que seja possível fazer a comprovação, no caso de conteúdos adulterados para algum tipo de má-fé ou ataque virtual.”

Já o plugin do PACWeb, é acionado toda vez que o usuário acessa conteúdos mentirosos ou difamatórios. 

Assim, a ferramenta captura a página e gera um relatório com todos os metadados. As informações incluem: data, horário da coleta, endereço de IP e geolocalização do aparelho usado.

“O ‘printscreen’ [captura de tela] é um arquivo de imagem e não garante que seja um conteúdo verdadeiro porque é facilmente manipulável, qualquer pessoa pode mexer na imagem. O plugin gera um relatório automático que remove qualquer possível alteração da página onde consta o conteúdo”, afirma a advogada.

Solução não é suficiente para combater fake news

À reportagem da BOL, Priscilla Menezes, professora de direito empresarial da ESPM Rio, explicou que só blockchain ainda não é suficiente para resolver o problema das fake news nas eleições. 

Para ela, o serviço ajuda a retirada de um conteúdo do ar e oferece mais segurança ao candidato. Entretanto, é ineficiente na prevenção do surgimento de desinformação.

“A ferramenta é interessante, mas não é suficiente para dar conta desse cenário bizarro que a gente tem hoje”, diz Menezes, que fez doutorado sobre blockchain. 

Além disso, ela observa que a ferramenta só emite um relatório, mas os algoritmos não verificam os conteúdos.

Ou seja, nada impede, segundo a advogada, que um candidato registre uma fake news em blockchain para dar ar de autenticidade.

“Eu posso autenticar um documento em blockchain dizendo que eu sou a legítima e soberana rainha do Reino Unido. Eu sou a rainha da Inglaterra? Infelizmente não, mas vai estar lá essa informação. Se eu levo para um cartório um documento dizendo que eu sou a legítima rainha da Inglaterra, ninguém vai autenticar um negócio desses porque eles vão conferir o conteúdo”, exemplificou.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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