Moody’s alerta que negócios com Bitcoin aumentam risco soberano de El Salvador

As já enfraquecidas perspectivas de crédito de El Salvador podem ser agravadas pelas operações com Bitcoin do país, alertou Jaime Reusche, analista da Moody’s Investor Service à Bloomberg.

Segundo o analista, as participações em Bitcoin do governo “certamente aumentam o portfólio de risco”.

“[Negociar Bitcoin] é bastante arriscado, principalmente para um governo que vem lutando com pressões de liquidez no passado”, observou ele.

Compras de Bitcoin por El Salvador

As operações citadas por Reusche dizem respeito às compras de Bitcoin pelo presidente salvadorenho Nayib Bukele desde que o país adotou o BTC como moeda de curso legal.

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Ao todo, de acordo com os tuítes do chefe do executivo, foram comprados 1.391 Bitcoins desde setembro do ano passado.

Para o analista da Moody’s, o número não é grande o suficiente para representar uma ameaça significativa à capacidade do governo de cumprir suas obrigações.

No entanto, segundo ele, o risco aumentará se o governo comprar mais criptomoedas:

“Se subir muito, isso representa um risco ainda maior para a capacidade de pagamento e o perfil fiscal do emissor”, acrescentou Reusche.

Além disso, El Salvador tem um título de US$ 800 milhões com vencimento em janeiro de 2023. Está sendo negociado a 78,8 centavos de dólar, dando-lhe um rendimento de mais de 35%.

Esse alto rendimento cortou o acesso do governo aos mercados de títulos estrangeiros. Além disso, a falta de um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) aumenta o risco de inadimplência do país, segundo a Moody’s.

De acordo com Reusche, o crescimento mais lento nos fluxos de remessas e na atividade econômica este ano pesará sobre as receitas do governo.

Contudo, ele ponderou que “uma possível reforma previdenciária e a emissão de títulos blockchain propostos poderiam fornecer espaço para respirar”.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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