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Moeda digital da China ganha white paper e revela detalhes

A China emitiu nesta sexta-feira (16) um comunicado à imprensa sobre sua moeda digital, incluindo seu white paper. O projeto ganhou o nome provisório de e-CNY e, segundo o governo chinês, o objetivo é criar serviços de pagamento “mais seguros e com mais privacidade”.

Ainda segundo o comunicado, o país já estuda uma moeda digital estatal desde 2014. A China afirma que vê “grande importância no desenvolvimento de uma moeda fiduciária digital”.

e-CNY

É descrita uma linha do tempo sobre a moeda digital que ainda não se sabe se é verdadeira. Após o surgimento do interesse em 2014, um instituto para estudar moedas digitais foi criado em 2016.

Em 2017, o desenvolvimento e testes junto a instituições comerciais foram iniciados. Nesta etapa, o projeto recebeu a abreviação de e-CNY. Agora, a China explica que design, desenvolvimento e sistema já foram testados, razão pela qual os projetos pilotos foram iniciados.

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Contudo, em seu white paper, a China ataca amplamente as criptomoedas. O discurso já gasto envolvendo volatilidade, uso especulativo e ferramenta para atividades ilegais foi empregado.

Então, o white paper escala para as stablecoins, mencionando a possibilidade do surgimento de “stablecoins globais”. O documento afirma que tais criptomoedas trarão “riscos e desafios” para o sistema monetário mundial.

E, nesse sentido, surge a e-CNY. Em outras palavras, a China trata sua moeda digital como resposta aos “desafios” impostos pelas criptomoedas.

Entretanto, vale ressaltar o curioso fato de que a tecnologia blockchain não é mencionada no white paper quando o assunto é e-CNY. Na verdade, em uma das duas menções é possível até mesmo interpretar uma conotação negativa dada à tecnologia.

O que se sabe sobre a rede na qual a e-CNY é desenvolvida está relacionada com uma declaração dada por um dos envolvidos no projeto.

Conforme ressaltou o jornalista Colin Wu, o antigo chefe do projeto afirmou que seria possível basear a moeda digital em blockchains já existentes, como Ethereum ou até mesmo a Diem do Facebook.

Contratos inteligentes e operação

Na parte de programabilidade, é mencionado que a e-CNY possui “contratos inteligentes que não atrapalham suas funções monetárias”.

Essas funções são descritas pelo white paper como “pagamentos auto-executáveis com base em condições predefinidas ou termos acordados entre duas partes”. Basicamente, a descrição padrão de um contrato inteligente.

Além disso, é possível que o Banco Popular da China não seja o responsável pela circulação da e-CNY. Isso porque foram previstos dois modelos operacionais.

No primeiro, o Banco Popular da China emite, cuida da circulação e dos serviços de manutenção envolvendo a moeda digital. No segundo, a entidade financeira fica responsável apenas pela emissão.

Então, “operadores autorizados” serão encarregados de negociar e disseminar a circulação. Quanto às carteiras, o white paper esclarece que o governo ditará as diretrizes para que desenvolvedores criem carteiras.

Ademais, um falso senso de anonimato é dado no documento. Carteiras sem informações pessoais poderão ser criadas. Todavia, os limites transacionais serão bem menores em relação às carteiras identificadas.

De qualquer forma, uma vez que um forte controle de informações e dados é feito, não seria difícil identificar pessoas utilizando carteiras sem informações pessoais.

No geral, o white paper antagoniza criptomoedas e moedas digitais de bancos centrais. Mais do que isso, trata as moedas digitais de bancos como uma solução para os problemas das criptomoedas.

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Gino Matos

Tenho 28 anos, sou formado em Direito e acabei fascinado pelas criptomoedas, ramo no qual trabalho há três anos.

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