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Minerador de Bitcoin está envolvido com PCC e tráfico internacional de drogas, segundo Ministério Público

O Ministério Público Federal (MPF) vem investigando uma esquema de tráfico internacional de drogas que envolve além de traficantes ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital), fugitivos de guerra, funcionários públicos e até autoridades nacionais. Segundo o processo, o modus operandi do grupo, de modo genérico, consistia em adquirir grandes quantidades de cocaína proveniente de países vizinhos produtores de droga, introduzindo-a no território nacional para posterior acondicionamento em bolsas e remessa à Europa, camuflada em contêineres embarcados em navios mercantes que partiam, em especial, do Porto de Santos/SP.

De acordo com o processo,, eles utilizavam de estrutura logística já criada pelo PCC, com a qual a cúpula da organização possuía relações. O Ministério Público divide a organização criminosa em diversos subgrupos, um deles, o SubGrupo 2, seria composto pelos líderes que faziam a compra da droga no Brasil para enviar ao exterior, além de integrantes do PCC e estrangeiros ligados a grupos mafiosos no exterior.

“Este grupo envolve os responsáveis pela coordenação das atividades ilícitas e das finanças do grupo criminoso, desde a introdução das drogas no território nacional até os contatos com os recebedores da droga na Europa”, segundo o processo.

Entre os integrantes deste grupo estaria o sérvio Miroslav Jevtic, um investidor e minerador de Bitcoin. Jevtic declara nos autos do processo que veio ao Brasil inicialmente como turista e que buscando fugir do serviço militar sérvio e da guerra que acontecia no país em 1990 envolvendo a Croácia, a Bósnia e a Eslovênia, resolveu ficar no país com o dinheiro que ganhava com suas atividades, entre elas, o Bitcoin, que, segundo Jevtic, minerava junto com familiares.

“Que chegou no Brasil em 2008 primeiro como turista. Que quando o interrogado tinha 18/19 anos, ele teria que prestar serviço obrigatório no exército na Sérvia. Que o interrogado não queria, por causa da guerra que acontecia desde 1990 com a Croácia, Bósnia e Eslovênia, que antes eram um país só. Que a última guerra aconteceu no Kosovo, local que foi separado da Sérvia pelos Estados Unidos. Que o interrogado não queria lutar contra seu próprio povo e então, a partir de 2008/2009 ficou direto no Brasil. Que a guerra terminou em 2000, mas na fronteira continua em conflito. Que para a mídia a guerra acabou, mas para os sérvios continuam os problemas. Que quando chegou no Brasil não conhecia ninguém e não trabalhava com nada, era mantido com dinheiro dos pais que têm empresa na  Sérvia. Que o interrogado possui apenas uma irmã mais velha. Que na Sérvia a mulher se casa e vai embora com o marido. Que o homem é o suporte da família e tudo que é da família fica para ele. Que o interrogado é o homem da família, o dinheiro das empresas da família, madeireira e bitcoins, vai para o interrogado”, segundo o processo.

Jevtic destaca que por vezes usou Bitcoin para transferir dinheiro da Sérvia para o Brasil e que seus pais usam a criptomoeda para lhe enviar dinheiro, no entanto, nunca usou a criptomoeda para fazer o inverso, mandar recursos do Brasil para o exterior. Além disso, por meio de seus advogados, nega as acusações. O MPF já apreendeu veículos e bens em nome do sérvio e condenou por diversos crimes como tráfico internacional de drogas (no qual foi condenado a 12 anos, 11 meses e 16 dias de reclusão, e pagamento de 1294 dias-multa) e organização criminosa (04 anos, 09 meses e 05 dias de reclusão, e pagamento de 14 dias-multa) .

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O sérvio está preso desde 04 de setembro de 2017, a título de prisão cautelar.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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