Categorias Notícias

Micos da bolsa: cinco ações para não investir em 2021

A palavra mico é o termo utilizado no jargão do mercado para designar papéis de empresa que se encontram em dificuldades financeiras, geralmente em recuperação judicial. Empresas como IRB Brasil, Cemig e Azul estão nessa lista.

Nesse sentido, as ações costumam negociar a valores baixos, às vezes na casa dos centavos. Por custarem muito pouco, estas ações chamam a atenção sobretudo dos pequenos investidores, os quais enxergam nelas oportunidades de compra.

Todavia, estas empresas tendem a não conseguir se recuperar financeiramente, gerando um grande impacto nas suas ações. Consequentemente, o investidor pode incorrer em grandes prejuízos. Por isso, confira quais ações os analistas recomendam manter longe da sua carteira em 2021.

IRB Brasil (IRBR3)

A resseguradora IRB Brasil é uma das poucas unanimidades quando o assunto é “mico da bolsa”. De fato, a empresa apresentou uma queda de 29,85% no primeiro semestre do ano. Contudo, o preço da ação (R$ 5,64) tende a colocar a empresa como “barata.”

🚀 Buscando a próxima moeda 100x?
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora

O cenário era totalmente diferente: até 2019, a companhia era conhecida por ser uma grande pagadora de dividendos. Mas uma crise de governança a partir de fevereiro de 2020 levantou sombras a respeito dos lucros da empresa. Desde então, nem a IRB nem suas ações se recuperaram.

Atualmente, as ações conseguem apresentar fortes valorizações em virtude de movimentos especulativos, mas que não são duradouros. Por isso, o investidor deve ficar atento e evitar ser otimista demais com a IRB.

B2W (BTOW3)

O mau desempenho do varejo impactou as ações da B2W, que registram baixa de 5,72% em 2021. Porém, a empresa enfrenta problemas devido a sua fusão com as Lojas Americanas (LAME4).

Para Danielle Lopes, analista da Nord Research, a fusão pode apresentar problemas já que as duas empresas possuem o mesmo controlador. Logo, haveria um conflito de interesses nesta operação.

“Uma fusão com empresas da mesma família não é bem vista pelo mercado. Não acho interessante para o acionista, a fusão é boa apenas para o controlador que vai unificar as operações da Ame digital, com a B2W e Lojas Americanas”, explica.

Na visão da analista, o setor de varejo pode apresentar boas oportunidades para o segundo semestre, as quais superam a B2W em termos de governança e vantagens.

Eztec (EZTC3)

A Eztec é maior empresa de construção civil listada na bolsa, mas não passou incólume à crise do setor, com suas ações recuando 26,53% no primeiro semestre. O início de recuperação ensaiado pelos papéis em julho não convenceu os analistas a retirá-la da lista de micos.

Porém, Flávio Conde, head de análise fundamentalista da Levante Investimentos, ressalta que a empresa possui bons fundamentos, ao contrário das duas anteriores. Contudo, a Eztec está listada num setor problemático que dá indícios de desaceleração com a alta da taxa Selic.

Historicamente, uma taxa de juros acima de 6% é ruim para o setor de construção civil, pois encarece as parcelas do crédito imobiliário para os consumidores. Segundo o mercado, a Selic deve acabar 2021 em 6,5%. ou seja, bem acima do limite do mercado.

Além disso, o aumento de preços nos materiais de construção reduz a margem de lucro das empresas. Logo, o setor pode sofrer uma “tempestade perfeita” que impactará o preço das ações da Eztec.

Engie Brasil (EGIE3)

As ações do setor elétrico são tradicionalmente conhecidas pelo seu perfil defensivo e anti-crise. Contudo, a prolongada seca no Brasil fez ressurgir o risco de apagão no abastecimento de energia. Neste caso, obviamente, as ações do setor elétrico também podem ser impactadas.

Antonyo Giannini, analista da Inversa Publicações, afirma que os investidores ficarão de olho neste cenário. Caso haja risco de apagão, ou até elevação na conta de luz, o governo pode tomar medidas mais populistas para ganhar apoio em um cenário pré-eleitoral.

Entre as empresas do setor elétrico, a Engie Brasil teve o pior retorno, com queda de 9,21% no semestre passado.

Gol (GOLL4)

Por fim, pandemia, isolamento social, redução de viagens… obviamente, o setor aéreo não poderia fica de fora desta lista. A Gol teve o pior desempenho do setor, com queda de 7,94% no segundo semestre.

Mesmo que haja uma reabertura, o setor aéreo é conhecido por exigir grandes investimentos apenas para manter suas operações. Por isso, estas ações consomem muito capital ao passo que geram pouco valor aos acionistas.

Há também um aspecto limitado da abertura, já que diversos países ainda não permitem a entrada de brasileiros. Logo, a recuperação das aéreas dependerá do mercado nacional, que também não estará aquecido para viagens.

Leia também: AAVE e Compound valorizam ao anunciar serviços DeFi para instituições

Leia também: Ethereum, SNX e ZIL podem saltar até 30% no curto prazo; entenda como

Leia também: “Graficamente, a coisa tá feia para o Bitcoin”, diz Felipe Escudero

Compartilhar
Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

This website uses cookies.