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Michael Saylor pede regulação de todas as altcoins

Michael Saylor, CEO da MicroStrategy e um dos maiores investidores de Bitcoin (BTC) do mundo, pediu aos reguladores que exerçam seu poder sobre as altcoins. Ou seja, o executivo pediu que o governo regulamente todas as criptomoedas.

De acordo com Saylor, as quase 20 criptomoedas alternativas ao BTC devem ser classificadas como “títulos não registrados”. Esta definição teria como impacto ampliar as restrições para usuários e empresas negociarem e até criarem outras criptomoedas.

O CEO da MicroStrategy chamou de “desfile de horríveis” a proliferação de altcoins, e argumentou que elas prejudicam o próprio BTC.

Bitcoin (BTC) encara fogo cruzado

As declarações de Saylor foram ditas durante um podcast com Sven Henrich, fundador da NorthmanTrader. Henrich tocou no tema do recente colapso do mercado, que afetou severamente o preço do BTC. Com isso, a criptomoeda acumulou perdas de quase 30% nos últimos dias.

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Na sua resposta, Saylor disse que o BTC foi pego no fogo cruzado de um mercado de criptomoedas em colapso. Ele afirmou que o problema reside no fato de que vários protocolos deram BTC como garantia para comprar tokens menos comprovados.

Contudo, os preços dos tokens caíram bastante, obrigado os investidores a liquidar seus investimentos. Quando isso aconteceu, muitos tiveram que vender BTC, aumentando a pressão de venda.

“O que você tem é uma nuvem de US$ 400 bilhões de negociação de valores mobiliários opacos e não registrados sem divulgação completa e justa. E todos eles têm garantia cruzada com o BTC”, argumentou Saylor.

Em seguida, Saylor disse que é por isso que o mercado institucional não investe mais no BTC. Afinal, os supostos “títulos não registrados” se apresentam como um risco associado às criptomoedas. Em outras palavras, a má reputação das altcoins afetaria o desempenho do BTC.

Um exemplo dessa visão é a fala do conhecido investidor Nouriel Roubini, um dos poucos a prever a crise de 2008. No final de semana, Roubini classificou a queda desse mercado como um “esquema Ponzi desmoronando com seu próprio peso”. 

Logo, são atitudes como essas que fazem Saylor acreditar que os reguladores devem e eventualmente intervir. Curiosamente, o executivo foi um grande crítico da intervenção do governo no livre mercado durante a pandemia, bem como defende a liberdade no que se refere ao BTC.

O desfile dos horríveis

Em sua fala, Saylor utilizou exemplos do mercado tradicional para justificar sua posição. Nesse sentido, ele afirmou que mesmo multinacionais sólidas como a Apple veriam mais volatilidade no preço de suas ações se não houvesse regulamentações.

As regras do mercado permitem, por exemplo, a ocorrência de práticas como o wash trading. Esta prática ocorre quando um investidor negociar a compra e venda de ativos em carteiras de sua propriedade.

Dessa forma, se o investidor tem muito dinheiro, o ativo registra um pico de volume. Mas esse volume é artificial, movido apenas por esta operação. O wash trading eleva os preços do mercado sem haver uma real demanda pelo ativo. 

Ele citou fundos de hedge de criptomoedas como o Three Arrows Capital (3AC), como obstáculos e não facilitadores para a adoção de criptomoedas.

“O público, em geral, não deveria comprar títulos não registrados de banqueiros selvagens que podem ou não estar lá na próxima quinta-feira”, disse Saylor, cuja empresa possui 129.218 BTC no final de março.

A 3AC corre o risco de falência, em parte devido a uma aposta fracassada no valor da Terra (LUNA), o token de governança que apoiou a stablecoin TerraUSD (UST). Quanto a stablecoin entrou em colapso, o valor do LUNA virou pó.

Contudo, Saylor não comentou sobre o empréstimo realizado em março, quando a empresa pegou US$ 250 milhões para comprar BTC. Henrich não questionou Saylor sobre o status do empréstimo ou se a MicroStrategy recebeu uma chamada margem do Silvergate, banco que emprestou o dinheiro.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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