“Você sabia que cerca de metade dos Bitcoins que estão em circulação estão nas mãos de empresas de custódia?”, perguntou o renomado maximalista do Bitcoin, Jameson Lopp, em sua conta no Twitter.
Conforme informou o analista, quase 50% dos BTC existentes estão distribuídos nas principais exchanges do mercado, como Binance e Huobi.
O fato de os criptoativos estarem em exchanges contraria a máxima do criador do BTC, Satoshi Nakamoto. Ou seja, se o usuário não possui uma chave privada, ele não possui os Bitcoins.
Analista explica como chegou à estimativa
Em um artigo, Lopp explicou como chegou à estimativa em questão.
Em primeiro lugar, ele considerou os Bitcoins das tesourarias empresariais de empresas públicas: cerca de 4%.
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora
Ele explicou que essas entidades, por motivos jurídicos ou políticos, utilizam exchanges centralizadas e mantêm o BTC sob custódia.
Lopp então procurou identificar os BTC depositados em bolsas e outras plataformas de custódia. Para isso, usou os valores fornecidos pelas empresas de análise Coinmetrics, Glassnode e Chainalysis.
De acordo com os dados da Coinmetrics, nove grandes bolsas detêm no total 1,2 milhão de BTC. A Glassnode, por outro lado, garante que esse número seja de 2,5 milhões de BTC.
A Chainalysis, que não compartilha métricas específicas publicamente, indica que 60% do BTC em circulação estão nas mãos de algum serviço de custódia licenciado. O percentual equivale, portanto, a 8,5 milhões de Bitcoins.
A Chainalysis não inclui, no entanto, os ativos que eles sabem que foram perdidos.
Lopp explica que questionou a Chainalysis sobre o motivo da diferença de valores. Assim, a empresa explicou que 8,5 milhões é uma estimativa de limite superior que inclui todos os tipos de serviços de custódia de criptomoedas licenciados.
Nesse sentido, particularmente no caso das exchanges, o número poderia variar entre 2,2 e 5,1 milhões de BTC. O valor restante está, então, em outras plataformas de custódia.
BTC no Ethereum
Finalmente, Lopp também explicou que considerou os Bitcoins “tokenizados” em Ethereum (ETH) e outras redes.
No momento de sua análise, eles eram equivalentes a cerca de 120.000 BTC.
Conforme apontou no artigo, não é possível saber exatamente a quantidade de BTC pertencente a outros tipos de plataformas de custódia que operam em volumes menores. Isso porque seus endereços nem sempre são identificados.
Por fim, Lopp concluiu que o percentual de BTC em circulação que estão em serviços de custódia pode ficar entre 20% e 60%. Ele esclarece que o número exato “é difícil de definir”.
Preocupação
Para Lopp, a situação é preocupante, pois além da inconveniência que é não ter suas chaves privadas, isso pode representar para os usuários um risco sistêmico.
“Quando o poder começa a ficar muito concentrado, aumenta a probabilidade de coordenação para beneficiar os que estão no poder. Uma preocupação particular que tenho com as empresas de custódia é que sua receita geralmente está diretamente relacionada à quantidade de Bitcoins que elas têm em custódia. (…) Espera-se que os custodiantes procurem incentivar o maior número possível de proprietários de Bitcoins a armazenar seus fundos com eles. Esta é uma tragédia que está criando incentivos perversos”, disse Lopp.
Nesse sentido, ele explica que teme a possibilidade de um ataque político.
“Com o tempo, a pressão dos reguladores e dos estados-nação resultará na censura das transações pelos custodiantes e no confisco de fundos”, alertou.
Leia também: 5 indicadores apontam: Bitcoin está próximo de alta nunca vista
Leia também: 12 anos de Bitcoin: white paper completa mais um aniversário
Leia também: Bitcoin ganha isenção de imposto nos EUA