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Mercados financeiros registram seu pior desempenho anual desde 2008

Muitos especialistas do mercado financeiro afirmaram que 2018 foi o ano do estouro da bolha dos criptoativos. A queda de 80% – em alguns casos, até 90% – nos preços do Bitcoin e de outros ativos digitais lhes dá um certo crédito. Entretanto, a maré vermelha foi bem além do meio digital.

Em praticamente todos os mercados mundiais, os desempenhos obtidos em 2018 foram bastante ruins. Grandes bolsas e índices mundiais, como a Dow Jones, a Nasdaq e o S&P 500, registraram retornos anuais decepcionantes. E como se não fosse o bastante, muitos desses resultados foram os piores obtidos desde a crise de 2008, ou seja, há uma década.

Estados Unidos

O índice S&P 500 caiu 6,2% em 2018, enquanto o Dow Jones Industrial Average caiu 5,6%. Esses números, comparados aos da crise de 2008, em que os índices registraram perdas anuais de 38,5% e 33,8%, são um exemplo do pessimismo geral que tomou conta dos mercados em 2018.

Em 2017, o S&P 500 registrou uma alta surpreendente, chegando a encostar nos 2800 pontos. Mesmo com uma forte queda no final do ano – que já dava um sinal de preocupação – o índice fechou o ano nos 2674 pontos.

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Apesar do S&P 500 ter subido 9% durante os três primeiros trimestres de 2018, o quarto trimestre causou uma virada completa para o campo negativo. Esta é a primeira vez na história que um dos principais índices do mercado norte-americano fecha o ano no negativo após registrar alta nos três primeiros trimestres. Da mesma forma, o composto NASDAQ caiu 3,9% em 2018.

O principal catalisador para essa queda foi o movimento de vendas que começou em outubro. Entre as causas desse movimento, estão preocupações generalizadas com uma desaceleração econômica, junto com temores de que o banco central norte-americano (Fed) esteja tomando decisões incorretas com relação à política monetária.

Mundo

No Reino Unido, as quedas também foram relevantes. O índice FTSE 100, principal índice da bolsa de Londres, registrou uma perda anual de 12%. Esta perda contrasta com o recorde de 7859 pontos que o índice atingiu no início de maio.

Existem várias razões pelas quais o FTSE caiu severamente durante 2018. Para começar, as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China afetaram os mercados financeiros a nível global. Em segundo lugar, a incerteza em torno do Brexit e as preocupações com as taxas de juros dos EUA provocaram uma onda de vendas nos mercados do Reino Unido.

Mas nenhum mercado foi mais afetado do que a China. O índice CSI 300 caiu quase 27% no fechamento do mercado em 27 de dezembro. A principal causa dessa queda é a atual disputa comercial com os Estados Unidos.

O Índice HSI de Hong Kong perdeu 13,6% este ano, o pior desde 2011, quando perdeu 19,97%. Da mesma forma, o índice Nikkei 225 do Japão perdeu 12,1% em 2018, o pior resultado desde a crise financeira.

Em dezembro, o Criptomoedas Fácil noticiou a preocupação de economistas a respeito da dívida mundial, que atingiu o patamar de US$184 trilhões em dezembro. Com os aumentos de juros praticados pelos bancos centrais (especialmente pelo Fed), investidores passam a migrar seus recursos para títulos de dívida, considerados mais seguros. Isso explica grande parte da queda nos mercados e pode até representar um problema, caso haja mais saídas de dinheiro das bolsas para títulos. Podemos estar a caminho de uma nova crise financeira – e do primeiro grande teste de resistência para o Bitcoin e demais criptoativos.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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