Categorias Notícias

Menos de 3% do lastro do USDT é em dinheiro, revela Tether

A Tether divulgou nesta quinta-feira (13) como é composto o lastro do USDT. Cerca de 76% são compostos por “dinheiro e equivalentes”, ou seja, a quantia nem sequer é preenchida por dólares.

Além disso, 12,55% das reservas são de empréstimos garantidos que são emitidos pela Tether. Há ainda 9,96% de títulos corporativos, fundos e metais preciosos e 1,64% de investimentos em”tokens digitais”.

Embora a publicação seja desta quinta-feira, o documento foi elaborado em 31 de março deste ano. 

De acordo com a Tether, a publicação é um compromisso da empresa com a transparência e o estabelecimento de padrões no setor de criptoativos.

🚀 Buscando a próxima moeda 100x?
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora

Quase 76% das reservas são de caixa e equivalentes

A Tether detalhou ainda a composição da maior parte das reservas. Dos 75,85% oriundos de “caixa, equivalente de caixa e outros”, apenas 65,39% são de papel comercial.

Trata-se de uma forma de dívida corporativa que pode ser convertida em dinheiro, dependendo do emissor e do mercado. Já os depósitos fiduciários respondem somente por 24,20% do total.

Em caixa, há apenas 3,87%, em títulos do Tesouro 2,94% e, por fim, as recompras reversas respondem por 3,60% das reservas.

O documento não menciona nenhum tipo de revisão independente dos recursos. Também não estão especificados os papéis comerciais e os títulos corporativos.

Da mesma forma, a Tether não identificou os tomadores dos empréstimos ou as garantia fornecidas.

Ao The Block, o conselheiro geral da Tether, Stuart Hoegner, explicou o pequeno percentual em dinheiro:

“É enganoso focar exclusivamente em dinheiro. Os leitores não devem confundir itens que não estão em ‘dinheiro real’ com falta de liquidez”.

Já sobre a reserva em criptomoedas, Hoegner detalhou que os 1,64% em “tokens digitais” se referem estritamente ao Bitcoin. Conforme destacou, essa alocação permite a Tether diversificar os riscos

“Vimos o Bitcoin se tornar um componente importante dos balanços de várias grandes corporações nos mercados público e privado”, disse Hoegner.

Não é perfeito, mas é melhor que banco

Em sua conta no Twitter, Adam Cochran, executivo da DuckDuckGo e investidor de criptoativos desde 2016, disse que o relatório o deixou mais confortável em investir no USDT:

“Você verá muitas interpretações misturadas sobre isso hoje. Mas, este é quase o tipo de modelo de apoio que eu teria imaginado. E, pessoalmente, me sinto mais confortável usando o USDT por causa disso. O que importa essa análise é na verdade muito melhor do que a forma como os bancos garantem os ativos.”

Sobre a pequena parte dos recursos em dinheiro, Cochran disse que a Tether nunca afirmou que o lastro era mantido estritamente em dinheiro.

“Fico preocupado quando alguém tenta alegar que tem muito dinheiro ocioso nas reservas”, tuitou. “Em finanças, os ‘equivalentes de caixa’ são chamados assim porque são tão bons quanto dinheiro enquanto fazem outras coisas.”

Apesar dos elogios, Cochran fez algumas ponderações sobre o relatório. Ele reconhece que o documento não é perfeito, tampouco 100% transparente, e que a stablecoin continua apresentando riscos.

Mas ainda acredita que a composição do lastro é mais diversa que a maioria dos bancos.

Leia também: Criptomoeda supera o Bitcoin e já vale quase R$ 500.000

Leia também: CVM dos Estados Unidos aprova ETF de criptomoedas

Leia também: Binance Smart Chain congestiona e usuários questionam centralização

Compartilhar
Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

This website uses cookies.