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Menos de 0.05% do BTC em circulação é usado para pagamentos

Embora ocorra o lançamento de alguns produtos e serviços que prometem tornar o Bitcoin (BTC) acessível como forma de pagamento, uma recente pesquisa realizada pela startup Chainalysis, para a agência de notícias Bloomberg, mostra que os pagamentos envolvendo BTC caíram mais de 14% desde setembro de 2017, recuando de US$411 milhões para US$60 milhões. A pesquisa foi realizada com os 17 maiores serviços de processamento de transações com criptomoedas, incluindo empresas como BitPay, Coinify e GoCoin.

Mesmo com uma leve alta em junho de 2018, na qual os pagamentos com criptomoedas chegaram a US$69 milhões, esse valor ainda está muito distante dos patamares do mesmo período em 2017, no qual cerca de US$270 milhões em Bitcoin foram utilizados para pagamentos diversos. Isso indica que menos de 0.05% de todo o BTC em circulação é utilizado como “moeda” e joga um pouco de água fria na ideia de que o BTC um dia substituirá as moedas fiduciárias

“É inútil na prática”, disse Nicholas Weaver, pesquisador sênior do Instituto Internacional de Ciência da Computação. Muitas vezes, disse, “o custo líquido de uma transação com Bitcoin é muito maior que o de uma transação com cartão de crédito”. E transações em Bitcoin não podem ser revertidas, o que configura um problema quando um comerciante ou consumidor se depara com uma fraude.

A pesquisa identificou também que a alta nos preços, vivenciada no ano passado, também prejudicou a adoção do BTC como forma de pagamento e, apesar do preço do Bitcoin ter se estabilizado um pouco nos últimos tempos, os consumidores ainda parecem relutar em usar as moedas digitais para transações.

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“Quando o preço subia rapidamente, como no ano passado, era possível perder US$1 mil em um dia por gastar a moeda”, disse Kim Grauer, economista sênior da Chainalysis. Além disso, devido às taxas elevadas cobradas pelas transações, a compra de itens baratos com Bitcoin, como um café, tornou-se impraticável, disse.

Em janeiro, o serviço de pagamentos Stripe deixou de operar com Bitcoin devido à queda do uso e à intensificação das oscilações de preço. Diversas empresas, como a provedora de serviços de viagens Expedia, também deixaram de aceitar a criptomoeda. “A maioria das pessoas que não são extremistas em relação ao Bitcoin, é preciso que as pessoas usem a moeda como meio de pagamento para que se transforme em dinheiro”, disse Kyle Samani, sócio-gerente do fundo de hedge Multicoin Capital.

“Como gosta de dizer o cofundador da minha empresa, Tushar, não pense no dinheiro como um substantivo, mas como um adjetivo. Quanto mais uma coisa é usada como dinheiro, mais ’qualidade de dinheiro’ ela tem” conclui.

A Bloomberg destaca que os dados revelam um sinal preocupante para alguns investidores importantes, que acreditam que a criptomoeda precisa ser usada no mundo real em vez de servir apenas como instrumento especulativo para reserva de valor a longo prazo.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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