Menos de 30 dias para o halving do Bitcoin: especialista em mineração faz suas previsões

De acordo com a contagem regressiva para o halving do Bitcoin do site Blockchair, faltam menos de 30 dias para que ocorra a redução de recompensas de mineração da blockchain do BTC – de 12,5 BTC para 6,25 BTC.

Conforme já relatado pelo CriptoFácil, previsões sobre o custo ajustado para minerar um Bitcoin após o halving já foram feitas, bem como especialistas já falaram sobre como o halving afetará o valor do criptoativo.

Tendo em vista a proximidade com o halving do BTC, o CriptoFácil conversou com Rocelo Lopes, do pool de mineração CoinPY, para saber seu ponto de vista acerca do evento.

Redução na lucratividade e impacto social

Rocelo Lopes afirma que o halving reduzirá a lucratividade da mineração, uma vez que a “produção” de Bitcoins será menor. Contudo, isso criará uma pressão para a criação de hardwares mais eficientes na mineração, com melhor custo-benefício – além de retirar do mercado mineradores menores.

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Esse efeito terá um impacto em países onde muitas pessoas sobrevivem da atividade de mineração de Bitcoin e possuem energia barata, uma vez que os mineradores deixando o mercado venderão seus hardwares por um preço menor, possibilitando que mineradores em países como Venezuela, Bolívia, Angola, dentre outros.

“Nesses países onde eles têm acesso à energia elétrica muito barata, possuir máquinas S9 [Antminer, o hardware de mineração da Bitmain] já é benéfico. Ainda que elas gerem poucos Bitcoins, se houver quantidade suficiente para render 50 dólares ao mês, já vai colocar comida na mesa de muita gente. Então, veremos mercados de baixíssima renda comprando as máquinas de pools de mineração de pequeno e médio porte, e eles sobreviverão a partir da compra destes produtos. Na Venezuela, por exemplo, muita gente sobrevive porque a mineração gera de 20 a 30 dólares por mês.”

Mudança no custo por Bitcoin minerado

Lopes afirma ainda que o custo por Bitcoin minerado pode ser afetado pelo halving, mas de forma positiva. Ele estimou que o custo atual para mineração de 1 BTC gira em torno de US$ 6.400, nos países onde é possível adquirir eletricidade por US$ 0,05/kW. O custo, segundo ele, pode variar cerca de 10% de um país a outro.

Após o halving, Lopes ressalta:

“Pode ser que depois do halving, por ter muita gente saindo do mercado, um reajuste ocorra. A minha expectativa é que o valor do Bitcoin minerado volte para os US$ 6 mil por unidade.”

Desta forma, diferente do que previu Joseph Young ao afirmar que o custo por Bitcoin minerado após o halving pode chegar a US$ 13 mil, Rocelo Lopes acredita que o efeito causado pelo halving pode ser positivo em termos de custos operacionais.

Impacto a curto ou médio prazo?

Como não podia deixar de acontecer, o CriptoFácil perguntou a Rocelo Lopes se ele acredita em um impacto no valor do BTC a curto prazo – logo após o halving – ou a médio prazo.

Ele responde:

“Não acredito que haverá um impacto no valor logo após o halving, até porque muitas pessoas ainda estão aguardando completamente por uma resposta do mercado. O halving não vai causar grandes impactos no preço do Bitcoin, ainda mais nesse cenário do coronavírus, que está gerando muita cautela nas pessoas sobre onde investir.”

Lopes acrescenta que, apesar do valor do Bitcoin estar baixo, não será o halving responsável por causar um grande impacto de valor. O que pode acontecer, segundo ele, é que haja um tratamento efetivo para o coronavírus – o que gerará uma mudança no cenário.

Lopes conclui:

“A mineração ainda estar a todo vapor vai colocar um pouco de pressão no mercado, para tentar igualar e forçar o preço para cima, então veremos talvez a médio e longo prazo uma retomada do preço. O preço retornará ao movimento de subida, mas após o halving, eu não tenho nenhuma expectativa de aumento de preço e acredito que ele ficará lateralizado como vem ocorrendo.”

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Gino Matos

Tenho 28 anos, sou formado em Direito e acabei fascinado pelas criptomoedas, ramo no qual trabalho há três anos.

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