Fintech

Mais de R$ 7,4 milhões já foram distribuídos em tokens de mecanismo de solidariedade

Duas das maiores empresas de criptomoedas do Brasil, a Liqi e o Mercado Bitcoin, possuem em seu portfólio tokens que representam o mecanismo de solidariedade da FIFA, que visa redistribuir parte da receita gerada por transferências de jogadores para seus clubes formadores.

Enquanto o MB comercializa o Vasco Token e o Token da Vila, a Liqi permite a negociação do Cruzeiro Token e o Coritiba Token. Ao todo, as duas plataformas já distribuíram mais de R$ 7,38 milhões com a tokenização do mecanismo de solidariedade.

O MB distribuiu, com os dois tokens, cerca de R$ 6,3 milhões e a Liqi R$ 1,09 milhão. Vale destacar que em ambos os casos os clubes detêm um percentual relevante dos tokens.

Esses ativos buscam ser uma forma de democratizar o acesso a investimentos no mercado de futebol, permitindo que os torcedores e investidores possam investir em um clube de futebol. Em outras palavras, cada token representa uma fração dos direitos econômicos de jogadores do Vasco e do Santos. Os investidores dos tokens recebem repasses sempre que um jogador da “cesta” de atletas é negociado. Além disso, também é possível lucrar com a venda dos tokens no mercado secundário.

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Vasco Token e Token da Vila

O Vasco Token e o Token da Vila são ativos digitais criados pela exchange brasileira Mercado Bitcoin em parceria com o Club de Regatas Vasco da Gama e com o Santos Futebol Clube, respectivamente. Esses tokens, baseados na tecnologia blockchain, representam uma participação nos direitos econômicos de jogadores dos clubes.

O Vasco Token foi lançado em novembro de 2020 e o Token da Vila em outubro de 2021. A cesta do Santos conta com jogadores como Neymar, Gabigol, e Rodrygo Goes e a do Vasco Philippe Coutinho, Alex Teixeira e Paulinho. 

O Vasco Token foi lançado a um preço inicial de R$ 100, com um total de 500.000 tokens. Hoje, cada Vasco Token custa R$ 16,33. Ou seja, o preço desvalorizou cerca de 83% desde que foi lançado.

MB e clubes são ‘token holders’

O MB pré-adquiriu 20% dos tokens pelo valor de R$ 10 milhões e recebeu mais 5% dos tokens pela prestação dos serviços. Além disso, ficou acordado que o MB manterá uma participação mínima a todo o tempo de 2,5%. Já o Vasco, que ficou com 75% dos tokens na divisão inicial, precisa manter 25% dos ativos.

O Token da Vila chegou ao mercado custando R$ 50 e segue com este preço. Ao todo, o MB comercializou cerca de 600.000 tokens. Mas, deste total, 16,92% permanecerão retidos em favor do Santos até a liquidação final da operação. Ou seja, não há possibilidade de venda por parte do clube.

O fato de os clubes também ficarem com parte dos tokens é, segundo o MB, uma estratégia para garantir “o alinhamento de interesses entre o clube e os negociadores dos tokens”. 

Dessa forma, como os clubes – assim como o MB – são “token holders”, ou seja, têm uma participação nos tokens, eles também recebem os repasses, proporcionalmente, cada vez que um jogador é negociado ou atinge alguma meta específica.

Repasses do MB

Ao CriptoFácil, o Mercado Bitcoin informou que, até hoje, já repassou aos detentores do Vasco Token R$ 2.969.900 e ao Token da Vila R$ 3.326.599,18 – totalizando R$ 6.296.499,18 (R$ 6,3 milhões).

“O valor tokenizado foi grande, tanto do Santos (R$ 30 milhões), quanto do Vasco (R$ 50 milhões). E a distribuição foi bastante significativa. Por ser um produto relacionado ao futebol, chamou bastante a atenção em termos de número de clientes. Este é um produto com ciclo de vida maior e é diferente dos tokens de renda fixa digital que temos no MB. Além disso, esse ativo inaugurou uma era de tokens com dispensa regulatória da CVM, que entendeu que esses ativos não são valores mobiliários”, destacou Fabrício Tota, diretor de novos negócios do MB.

O Mercado Bitcoin também detalhou a distribuição de tokens. O primeiro repasse ocorreu em abril de 2021 e correspondeu ao bônus de performance do Philippe Coutinho do Vasco. Na ocasião, os clientes receberam 1,63% sobre cada token adquirido. No total, o Vasco Token distribuiu pouco mais de R$ 800 mil aos investidores. Veja abaixo as tabelas com os detalhes dos repasses:

Cruzeiro Token e Coritiba Token

O Cruzeiro Token e o Coritiba Token, da Liqi, funcionam de forma similar aos tokens do Vasco e do Santos. Ou seja, também são a representação digital do que os clubes têm a receber via mecanismo de solidariedade. Enquanto o token do Cruzeiro foi lançado em maio de 2021, o do Coritiba chegou ao mercado em julho de 2022.

Ao CriptoFácil, a Liqi detalhou que, ao todo, já distribuiu R$ 622 mil aos detentores do Cruzeiro Token e R$ 468 mil aos donos do Coritiba Token totalizando R$ 1,09 milhão. Os valores correspondem a 100% da receita gerada pelo ativo, ou seja, inclui o repasse os clubes.

A Liqi informou ao CriptoFácil que não detém percentuais do Cruzeiro Token e do Coritiba Token. Ou seja, o total inicial de tokens pertencia aos clubes. No entanto, Cruzeiro e Coritiba só podem vender no total 40% do total de ativos.

A ideia, de acordo com Daniel Coquieri, CEO da Liqi, é que os clubes detenham a maior parte dos tokens (60%) para serem os maiores “acionistas”. Assim, seguem interessados em buscar as receitas dos ativos do mecanismo de solidariedade.

“Está determinado no smart contract que os clubes precisam ficar com 60% dos tokens, justamente para o clube ser o maior interessado em buscar as receitas do ativo. Isso porque é só o clube que pode buscar essa receita. Então, a Liqi desenvolveu uma estrutura que busca proteger o investidor acima de tudo”, pontuou Coquieri.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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