Segurança

Ledger adia lançamento de ‘Recover’ devido a preocupações com segurança das chaves das carteiras

Após causar muita controvérsia no mercado de criptomoedas ao anunciar a nova atualização Ledger Recover, a provedora de carteiras de criptomoedas de hardware adiou os planos de lançamento. A ferramenta em questão visa permitir a recuperação das chaves privadas da carteira, por meio de um sistema de backup que deixa fragmentos das chaves armazenados com terceiros.

A informação deixou os usuários da carteira alarmados com a possibilidade de terem suas chaves vazadas ou acessadas por terceiros; embora a Ledger tenha dito que o serviço é opcional e “totalmente seguro”.

O CEO da Ledger, Pascal Gauthier, admitiu que as frases privadas das carteiras dos clientes da Ledger que usam o recurso podem, em tese, ser entregues aos governos em caso de intimação.

“A única preocupação realmente é se formos intimados por um governo a recuperar os três fragmentos”, disse.

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Diante da repercussão negativa, Gauthier informou que a Ledger recuou com o lançamento. Em uma carta aos usuários, o CEO disse que não apresentará o novo recurso antes de liberar o código para ele. A empresa também agendou uma sessão no Twitter Spaces nesta terça-feira para discutir o assunto.

O que é o Ledger Recover?

O Ledger Recover é um serviço por assinatura que a Ledger disponibilizou para os usuários da Ledger Nano X. Com o Recover, os usuários podem recuperar suas criptomoedas mesmo que tenham perdido o dispositivo de carteira e a frase de recuperação.

De acordo com a Ledger, o serviço funciona duplicando a frase de recuperação no dispositivo, gerando uma cópia. Em seguida, o serviço divide essa cópia em três partes e armazena cada uma em um local diferente. A Ledger armazena uma parte, uma segunda parte fica com a Coincover, e há um terceiro provedor não identificado. Por isso, a empresa disse que poderia entregar às autoridades chaves “fragmentadas”.

Em tese, a atualização Recover cria um backup SSS criptografado e fragmentado, que só é descriptografável quando restaurado em um dispositivo Ledger usando várias partes do backup.

Casos extremos

Ao podcast “What Bitcoin Did” de Peter McCormack, em 22 e maio, Gauthier reconheceu que, embora a possa ter que fornecer ao governo as frases secretas fragmentadas, isso ocorreria apenas em casos de “atos graves”, como crimes envolvendo drogas e terrorismo. Além disso, ele afirmou que os indivíduos comuns não recebem intimação com frequência.

O apresentador do podcast observou que a Coinbase foi intimada pela Receita Federal dos EUA em 2018. E, na ocasião, teve que entregar os dados pessoais de 13.000 usuários. Mas Gauthier destacou que, ao contrário da Coinbase, a Ledger não é uma instituição bancária. Portanto, não está sujeita às mesmas restrições legais da exchange.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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