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Kodak é acusada de não pagar funcionários envolvidos em projeto de criptomoeda

A outrora gigante da fotografia Kodak está envolvida em mais um problema em sua saga de emitir uma criptomoeda própria. A empresa japonesa está sendo acusada de não honrar os compromissos acordados com diversas pessoas que trabalharam na construção da plataforma blockchain da empresa. Segundo a agência de notícias The Next Web, a dívida da empresa já soma mais de US$125 mil.

A reportagem destaca que os integrantes do projeto que estão com seus salários atrasados receberam mensagens de um escritório de advocacia do Reino Unido, o London Law Practice, destacando que a empresa responsável pelo desenvolvimento do projeto, a KodakOne (que é desvinculada da Kodak), não está honrando seus compromissos pois ela também não estaria recebendo seus honorários e, por conta disso, irá em breve inciar um processo judicial na esperança de também receber seu pagamento.

“Infelizmente, desculpas e promessas não cumpridas, quanto a propostas de pagamento, não estão permitindo que meu cliente [administrador da marca KodakOne] pague às pessoas que fizeram o trabalho para a KodakOne. O tempo é curto e, na ausência de qualquer proposta de pagamento significativa, os processos judiciais terão início em sete dias”, diz o e-mail.

A popularidade da KodakOne chegou ao auge depois que a plataforma anunciou que lançaria uma ICO como meio de levantar fundos para viabilizar sua iniciativa de criar um Dapp para registro de imagens e, com isso, preservar os direitos de propriedade intelectual e de distribuição. Neste processo, a KodakOne também anunciou que planejava lançar a KodakCoin, o token nativo da plataforma. O projeto foi inicialmente supervisionado pela RYDE Holdings (anteriormente conhecida como Wenn Digital). Após o anúncio, as ações da Kodak subiram mais de 200% na bolsa de valores de Nova York, mas desde então despencaram significativamente.

No entanto, o recente episódio em relação à falta de pagamento de empresas e funcionários é apenas mais um problema entre os vários que o projeto vem enfrentando desde seu lançamento. Como mostrou o Criptomoedas Fácil, o KashMiner, um hardware de mineração de Bitcoin que seria lançado pela empresa, acabou se revelando um produto enganoso, com lucros anunciados inatingíveis e, na verdade, não passava de um Antiminer S9, da Bitmain, com um logo da Kodak. Além disso, o material promocional do produto prometia ganhos de US$375 por mês durante dois anos, mas na verdade toda a operação iria trazer prejuízos mensais para os usuários.

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Em outro momento, um relatório da Kerrisdale Capital, uma conceituada empresa de pesquisa de investimento, descreveu o projeto da Kodak como uma “tentativa oca de uma companhia moribunda de aproveitar da ‘mania’ das ICOs” e a equipe como tendo “zero credibilidade“. A empresa advertiu os investidores de que o token é parte de um projeto “inútil” e que tem “desvantagem de -100%”. Para justificar este relatório, eles argumentam que a empresa “nunca irá entregar benefícios prometidos”, segundo eles, porque a utilização de uma blockchain não diminui os atuais recursos necessários para detectar infrações na autoria de imagens.
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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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