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Kerrisdale aponta fraude e classifica projeto da Kodak de “inútil” e de “credibilidade zero”

O tiro saiu pela culatra, nada melhor para descrever o momento que a Kodak esta vivendo. A empresa que chegou a valer mais de US$ 30 bilhões e depois em 2012 declarou-se quebrada por não ter acompanhando o desenvolvimento tecnológico da fotografia anunciou recentemente sue entrada no mercado cripto, lançando desde uma moeda, a KodakCoin, com objetivo, entre outros, de proteger os direitos digitais dos fotógrafos utilizando a blockchain, até uma mineradora própria a Kodak Kash Miner (Asic).

Os anúncios tiraram a Kodak da UTI e suas ações valorizaram mais de 100%, mas, desde as primeiras divulgações o mercado cripto colocou em dúvida as propostas da empresa questionando se ela não estava apenas aproveitando do hype da marca “blockchain“, afinal a ex-gigante da fotografia anunciava uma participação em uma área na qual sua experiência era zero e sem o respaldo de nenhum time de profissionais vinculados ou com atuação em blockchain/criptomoedas. Além disso a empresa não soube esclarecer como funcionaria sua mineradora (e quando esclareceu o funcionamento, para usar outra frase pronta, a emenda foi pior que o soneto). Agora, de acordo com matéria da CCN , repercutindo o relatório da Kerrisdale Capital, uma conceituada empresa de pesquisa de investimento, diz que a Kodak esta nas cordas novamente.

Projeto Inútil e credibilidade Zero

Exatamente foram estas duras palavras da Kerrisdale para descrever o projeto da Kodak como uma “tentativa oca de uma companhia moribunda de aproveitar da ‘mania’ do ICO” e a equipe como tendo “zero credibilidade“. A empresa advertiu os investidores de que o token é parte de um projeto “inútil” e que tem “desvantagem de -100%”.

Para justificar este relatório eles argumentam que a empresa fotográfica “nunca irá entregar benefícios prometidos”, segundo eles, porque a utilização de uma blockchain não diminui os atuais recursos necessários para detectar infrações na autoria de imagens, além disso, a Kerrisdale declara que um “hashing criptográfico não provará a origem do IP” ou seja, o projeto será nulo em garantir e proteger o direito autoral dos fotógrafos.

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“Toda inovação pioneira que capta o fascínio do mercado tem desenvolvedores talentosos que aplicam a tecnologia de forma positiva. No entanto também tem impostores, procurando trocar promessa de uma aplicação tecnológica sem qualquer chance legítima de fazê-lo. A Kodak escolheu inserir sua marca neste time dos impostores.”, conclui o relatório.

Fraude no hardware e pagando para minerar para a Kodak

Jogando contra a Kodak há também sua proposta de mineradora que de acordo com a CNBC, é a melhor proposta do mundo, mas para a empresa fotográfica não para o usuário, afinal, não se pode comprar o equipamento mas apenas um contrato de arrendamento de dois anos da máquina que custará US$ 3.400. A empresa, durante o anuncio, estimou que produzirá uma receita mensal de $ 375 em bitcoins ou US$ 9.000 durante o arrendamento. No entanto, há uma taxa, além do arrendamento, que incide sobre a mineração os usuários terão que retornar para a Kodak nada mais que 50% dos lucros! Na proposta da Kodak o usuário compra uma maquina que não é dele e minera um Bitcoin que também não lhe pertence.

O processo de mineração de Bitcoin não é uma conta fixa pois a dificuldade varia, entre outros fatores, de acordo com o numero de maquinas conectadas impactando diretamente no valor final da mineração. Além, claro, das oscilações do mercado que podem fazer, como tem feito, a moeda cair e, consequentemente, a rentabilidade na conversão em moeda fiat cair também. De acordo com o site CryptoCompare, um mineradora da Bitmain S9 14Th/s, uma das mais modernas no mercado hoje, é capaz de minerar atualmente 0.036 btc por mês ou 0.44 btc ano. No caso desta  matemática ser aplicada ao processo da Kodak o usuário ficaria com apenas 0.22 btc por ano, na cotação atual, US$ 1838,06 por ano ou US$ 3.676,12 nos dois anos do contrato, sendo que ele pagou US$ 3.400 pelo contrato, ao final de dois anos os Kodak miner’s teriam lucrado apenas US$ 276,12. A Kodak por outro lado, além de ficar de posse da maquina teria, ao final de dois anos, um lucro de US$ 7.076,12 bruto (50% da mineração + valor do contrato), ou seja, 97% de lucro a mais que o usuário.

Para piorar ainda mais a situação da Kodak a Kerrisdale aprofundou suas pesquisas no hardware de mineração da empresa e descobriu que tudo não passa de uma tremenda fraude, pois a Kodak Miner nada mais é do que uma Bitmain Antminer S9 com o rótulo trocado.

Foto de Chris Hoffman

Até o fechamento desta matéria a Kodak não havia se manifestado oficialmente sobre o relatório. Não é certo ainda como ele irá impactar os planos da Kodak e de seu ICO (que, foi lançado a toque de caixa, poucos dias após a empresa anunciar seus plano de entrar no mercado cripto), no momento da redação, as ações da Kodak estão em queda de 2,70% sendo negociadas a US$ 5,40.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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