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JPMorgan: uso de Bitcoin em El Salvador pode sobrecarregar a blockchain

Um relatório recente do JPMorgan revelou que a adoção do Bitcoin como moeda de curso legal em El Salvador pode criar desafios para o país e para a criptomoeda. Na verdade, especialistas da instituição alertaram para uma possível sobrecarga na blockchain caso o BTC passe a ser usado como meio de pagamento no país.

O relatório em questão foi divulgado pela Bloomberg no último domingo (11) e assinado por pesquisadores como Steve Palacio, Joshua Younger e Verónica Mejía Bustamante.

Riscos para adoção do Bitcoin em El Salvador

De acordo com os pesquisadores, a questão da liquidez do Bitcoin pode gerar problemas para a rede. Conforme observaram, os volumes de negociação de Bitcoins geralmente ultrapassam US$ 40 bilhões a US$ 50 bilhões por dia.

A maior parte desse volume é absorvida pelas exchanges de criptomoedas, como Binance e Coinbase.

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Contudo, há uma grande quantidade de Bitcoin que está “preso” em entidades ilíquidas, como carteiras de criptomoedas.

Mais precisamente, o JPMorgan afirmou que 90% dos BTC já extraídos não mudam de mãos há mais de um ano. Fala-se em uma “fração significativa e crescente em carteiras com pouca circulação”.

Nesse contexto, a implementação do Bitcoin como meio de pagamento teria grande potencial de gerar problemas para a rede:

“A atividade de pagamento diário em El Salvador representaria 4% do volume recente de transações em rede e mais de 1% do valor total dos tokens que foram transferidos entre carteiras no ano passado”, disse o relatório.

Com base nisso, os analistas apontaram que esta é uma limitação significativa do potencial do Bitcoin como meio de troca.

Problemas adicionais para Bitcoin em El Salvador

O relatório do JPMorgan elencou ainda outros três desafios para a adoção da criptomoeda no país da América Central.

Primeiramente citaram o ceticismo e a hesitação generalizados sobre o Bitcoin como meio de troca por parte dos salvadorenhos. Essas conclusões foram obtidas a partir de uma pesquisa realizada pela Universidade Francisco Gavidia.

Em segundo lugar, o JPMorgan apontou para a alta volatilidade do BTC como um desafio particularmente grande. Os pesquisadores mencionaram especificamente o sistema monetário do país que agora passou a ser “bimonetário”.

Finalmente, o relatório abordou o que chamou de desequilíbrio persistente na demanda por conversões de Bitcoin para dólar. Segundo o documento, isso poderia “canibalizar” a liquidez do dólar onshore e, eventualmente, introduzir risco fiscal e de balanço de pagamentos.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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