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Japão abandona planos de lançar CBDC por falta de interesse dos cidadãos

Muitos países pelo mundo, entre eles o Brasil, estão avançando nos estudos e no lançamentos de suas moedas digitais de banco central (CBDC, na sigla em inglês). A ideia de digitalizar o dinheiro parece interessante visto que, hoje, quase tudo já está no ambiente digital.

Contudo, em algumas regiões, as CBDCs não estão atraindo o interesse da população. Este é o caso do Japão, que abandonou recentemente os seus planos de lançar uma moeda digital nacional.

De acordo com o portal local Asia Times, os japoneses veem mais benefícios no uso de dinheiro físico, em vez do digital.

Japão não vai lançar CBDC num futuro próximo

Conforme reportou o portal, o Banco do Japão (o banco central do país) começou os seus experimentos envolvendo uma CBDC em 2021. Já a fase de testes teve início em abril de 2022. Apesar disso, o banco central não deve implementar uma CBDC em um futuro próximo.

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Isso porque o público japonês já tem acesso virtual ao sistema bancário. Portanto, a questão de promover a inclusão financeira por meio da CBDC nunca foi uma questão importante, como é no caso de outros países.

Além disso, o banco central afirmou que o uso de tecnologias digitais e móveis do setor privado no pagamento de bens e serviços também já é generalizado.

Ainda segundo o Banco do Japão, a ideia da CBDC não recebeu apoio significativo devido ao fato de os japoneses já terem acesso a serviços de internet banking, cartão de crédito e soluções de pagamento com o dinheiro eletrônico.

Soma-se a isso as vantagens que os cidadãos têm ao usar serviços oferecidos pelo setor privado. Isso inclui, por exemplo, o sistema de pontos que podem ser obtidos com os pagamentos e que podem ser acumulados e usados ​​para compras.

Dinheiro físico > dinheiro digital

A reportagem assinada por Sayuri Shirai, professora da Universidade Keio e ex-membro do conselho de políticas do Banco do Japão, afirma ainda que o dinheiro físico é mais útil que o digital em diversos aspectos.

Por exemplo: é mais útil em cenários de desastres naturais ou de conflitos militares; quando há falta de energia, destruição de bens ou falta da confiança no sistema bancário do setor privado. Além disso, idosos e pessoas de baixa renda também preferem o dinheiro físico em vez do digital.

“Embora o uso crescente de pagamentos digitais seja uma tendência crescente, é provável que o dinheiro permaneça em uso em muitas economias. Os bancos centrais consideram importante reter dinheiro na economia, apesar do custo mais alto de manuseio de dinheiro e do risco de crimes associados a dinheiro”, disse ela.

Por fim, a reportagem ressalta que o banco central do Japão deve continuar acumulando conhecimento relacionado à tecnologia blockchain. Isso para garantir a estabilidade financeira e a inovação financeira no país.

Além disso, considerando a eficiência dos pagamentos internacionais usando uma CBDC, seria uma escolha promissora devido ao alto custo dos serviços bancários existentes.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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