Economia

Irã utiliza criptomoedas para burlar sanções e importar R$ 50 milhões em bens

Pela primeira vez na história, um país utilizou criptomoedas para pagar a importação de bens. Este país é o Irã, que importou cerca de US$ 10 milhões em bens utilizando ativos digitais. Pela cotação atual, o valor corresponde a cerca de R$ 51 milhões.

De acordo com a Reuters, o pedido ocorreu esta semana, com a aprovação do Ministério da Indústria, Minas e Comércio do Irã. O vice-ministro iraniano, Alireza Peymanpak, declarou:

“Esta semana, o primeiro registro oficial de pedido de importação no valor de US$ 10 milhões foi concluído com sucesso usando criptomoedas”.

O órgão, no entanto, não revelou quais criptomoedas o Irã utilizou para pagar pelo bens comprados. Tampouco revelou quais bens o Irã adquiriu.

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Desde 2017, o governo do Irã é alvo de sanções por parte do Ocidente, especialmente dos Estados Unidos. Como resultado, o país não pode utilizar dólares para comprar bens ou serviços no mercado, já que os EUA controlam a moeda e quem pode utilizá-la.

Por outro lado, as criptomoedas não possuem nenhum controle de governos, algo que motivou o Irã a utilizar esse método. De fato, o país legalizou a mineração de Bitcoin (BTC) justamente para poder contar com esse tipo de divisa, entre outros motivos.

Uso de contratos inteligentes

Ao que tudo indica, o Irã não deve parar por aí em sua adoção de criptomoedas. Outro político do país garantiu que o país vai utilizar contratos inteligentes no comércio exterior nos próximos meses. Mas também não explicou de que forma o país pretende utilizar essa tecnologia.

No ano passado, o Banco Central do Irã (CBI) permitiu que bancos, casas de câmbio e mineradores licenciados liquidassem importações em criptomoedas. A medida representou um primeiro passo para evitar as sanções, ao mesmo tempo que estimulava o uso das criptomoedas por essas instituições.

Sanções a mineração

Contudo, mesmo com essas medidas e a legalização da mineração, as autoridades iranianas começaram a fazer pressão contra a indústria. Isso aconteceu depois que as sanções e a mineração, segundo o governo, trouxeram impactos ao setor de energia no país.

Em maio de 2021, o governo baniu todas as operações de mineração de BTC por um período de quatro meses. De acordo com a posição oficial, a medida visava preservar a estabilidade da rede elétrica do país durante o pico da temporada de verão.

Um mês depois, agentes da lei invadiram uma fábrica abandonada em Teerã e confiscaram 7.000 máquinas de mineração de BTC.

Em dezembro do ano passado, durante o inverno iraniano o governo iraniano interrompeu as operações de mineração novamente. Desta vez, a justificativa foi de que a atividade estaria gerando apagões de eletricidade durante o inverno.

No início de 2022, as autoridades alertaram que poderiam aumentar as sanções aos mineradores ilegais de BTC. A energia no Irã é em grande parte subsidiada pelo estado, o que significa que o custo da eletricidade é muito barato, algo que atrai os mineradores.

Especificamente, quem utilizasse energia destinada a empresas e residências para minerar criptomoedas podem ir para a prisão.

“Qualquer uso de eletricidade subsidiada, destinada a assinantes domésticos, industriais, agrícolas e comerciais, para mineração de criptomoedas é proibido”, disse Mohammad Bohlouli, executivo da Tavanir, companhia de energia elétrica do país.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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