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Irã lança oficialmente criptomoeda própria lastreada em ouro

O Irã anunciou oficialmente uma criptomoeda própria, a Peyman, que segundo o governo, será lastreada em ouro. A stablecoin foi desenvolvida em parceria com a Ghoghnoos Company e os bancos Parsian Bank, Bank Pasargad, Bank Melli Iran e Bank Mellat. A Fara Bourse, uma bolsa de OTC balcão, também deve receber a nova moeda, informou o jornal  britânico Daily  Tribune.

Com o desenvolvimento, o Irã passa ser a segunda nação no mundo a emitir uma criptomoeda estatal, sendo que o primeiro país a anunciar um desenvolvimento do tipo foi a Venezuela, com o controverso projeto do Petro.

Segundo o diretor da Ghoghnoos Valiollah Fatemi, a Peyman será usada para separar os ativos e propriedades excedentes dos bancos e não estará inicialmente disponível para a população em substituição do Riad (a moeda nacional iraniana).

“O token pode funcionar como uma carteira e canalizar os ativos excedentes para o ciclo econômico. Buscamos ampliar a tecnologia para acelerar o ritmo das transações bancárias”, disse Fatemi.

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No total, serão criados 1 bilhão de unidades de Peyman (que significa aliança em persa), mas, segundo indicou Fatemi, novas unidades podem ser criadas no futuro, quando a criptomoeda estiver disponível para compra pela população.

O Irã não informou como vai garantir o lastro da Payman e se os tokens poderão ser trocados pelo seu ativo físico. Demais detalhes sobre o projeto também ainda não foram divulgados. Recentemente, o país anunciou ter descoberto novas reservas de ouro em Yazd, no entanto, o Irã não figura entre as 10 nações que possuem as maiores reservas de ouro do mundo.

Os planos do Irã de criar uma criptomoeda própria para fugir das sanções dos EUA foi revelado no ano passado (ainda não está claro se com a Payman este objetivo será cumprido). As sanções prejudicaram a capacidade do Irã e de seus cidadãos de realizarem negócios com o resto do mundo. Isso ocorre porque os intermediários financeiros, como a Swift, estão proibidos de oferecer serviços ao país.

Imediatamente após a segunda parcela das sanções entrar em vigor em novembro do ano passado, o governador do banco central iraniano Abdolnasser Hemmtai anunciou que uma alternativa à Swift já estava sendo trabalhada. Pouco mais de uma semana depois, o Irã assinou um acordo de cooperação com a Armênia e a Rússia.

O Irã não prevê o uso da criptomoeda apoiada pelo Estado para receber pagamentos pelas exportações ou pagar as importações inicialmente. A medida poderia, no entanto, permitir que o Irã aderisse a um sistema internacional de pagamentos baseado na tecnologia blockchain no futuro.

O lançamento de Peyman também ocorre há menos de uma semana desde que o banco central iraniano emitiu uma minuta de regulamentação sobre criptomoeda, segundo a Aljazeera. Embora os regulamentos tenham revertido uma proibição que havia sido imposta anteriormente, eles ainda impõem restrições ao uso de criptomoedas. Por exemplo, o Bitcoin ainda não pode ser usado como meio de pagamento. Há também limites na quantidade de criptomoedas que um indivíduo pode ter.

No entanto, atividades com ofertas iniciais de moedas (ICOs), exchanges de criptomoedas e carteiras de Bitcoin também receberam luz verde, assim como a mineração de criptoativos.

Leia também: Banco Central do Irã pode restringir o uso de Bitcoin para pagamentos no país

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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