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Investiu em Bitcoin na alta e não sabe o que fazer? Especialistas dão sua visão

2017 foi marcado por uma forte alta no preço do Bitcoin, que terminou chegando a bater a casa dos US$20 mil. No entanto, esta alta não foi solitária, praticamente todo o mercado de criptomoedas registrou níveis históricos, com valorizações muito superiores à do Bitcoin. O Ethereum, por exemplo, saiu de US$8 para mais de US$700 no mesmo ano (atingindo patamares acima de US$1.300 no início de 2018).

Com esse movimento no mercado de criptomoedas, muitas investiram todas suas economias no momento da alta e hoje se perguntam o que fazer após a forte desvalorização vivenciada por praticamente todos os criptoativos neste ano.

Como revela reportagem do portal UOL, uma destas pessoas é o engenheiro de produção Alexandre Faria, 29, que sacou os R$33 mil que tinha na poupança em novembro para comprar Bitcoin. Faria ainda sentiu o gostinho da alta e viu o seu investimento valorizar rapidamente mas, com o passar dos meses, também sentiu o sabor da desvalorização.

“Pensei em correr para ainda surfar aquela onda (…) Comprei ainda em novembro e fui deixando. No começo, ele ainda continuou a valorizar, mas logo começou a cair (…) Agora, o investimento desvalorizou tanto que não sei se amargo o prejuízo ou se deixo lá”, afirma o engenheiro.

De acordo com a reportagem, a demanda por Bitcoin em dezembro de 2017 foi insana. Guto Schiavon, executivo da exchange Foxbit, declarou que em um dia o volume da exchange passou de R$20 milhões para R$140 milhões. O mesmo movimento foi visto em praticamente todas as plataformas do país, como a Mercado Bitcoin e a Braziliex.

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“No boom todo mundo queria comprar, não sabia o que era, mas queria investir. Era todo tipo de pessoa, de diversos níveis de escolaridade, sexo e renda. Todo mundo mesmo queria comprar Bitcoin”, afirmou Schiavon.

Entretanto, para o executivo da Foxbit, o momento é de estudo e não de desespero.

“Agora, com menos marketing, é uma boa hora para estudar. Além disso, é analisar o retrospecto. O Bitcoin é cíclico, o ano é muito semelhante a 2014, em que ele caiu durante uns dois anos. Voltou a subir só no ano passado. Você tem picos que vêm e vão no mercado de renda variável. O perfil do investidor já mudou. Hoje, são pessoas muito mais bem preparadas do que no boom de um ano atrás”, declarou.

Já Fernando Ulrich, analista-chefe da XDEX, reforça que o momento é de estudo e prefere afirmar que por mais que o ativo tenha se desvalorizado ao longo do ano, em um olhar mais amplo, o salto é positivo.

“A atual correção ocorre porque a alta do ano passado foi muita expressiva. Não se tem notícia de ativos de uma alta
tão elevada, em mais de dez vezes, e que consigam se manter nesse patamar por muito tempo (…) Mas, se colocarmos na régua de dois anos, de um prazo maior, o resultado é mais positivo. Então vai depender do período analisado e do objetivo de cada um (…) Vimos gente sem a menor ideia do que era, dos riscos associados entrando pelo efeito manada, e muita gente acabou se machucando (…) O mesmo conselho vale para todos os investimentos: saber onde você está colocando seu dinheiro. Não é bilhete de loteria, [mas] saber que isso é parte de estratégia de investimento como um todo”, afirmou.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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