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Invasores do Capitólio supostamente receberam R$ 5 milhões em Bitcoin

Pelo menos R$ 5,5 milhões em Bitcoin, na cotação atual, teriam sido doados ao grupo extremista que invadiu o Capitólio dos Estados Unidos recentemente.

Na ocasião, cinco pessoas morreram e danos significativos foram causados ​​ao prédio, inclusive aos escritórios de representantes do Congresso.

“No dia 8 de dezembro, um doador enviou 28,15 BTC – aproximadamente US$ 522.000 no momento da transferência – para 22 endereços separados em uma única transação. Muitos destes endereços pertencem aos ativistas da extrema direita e personalidades da Internet”, afirmou a empresa de dados Chainalysis.

Esquema da doações de BTC (Fonte: Chainalysis)

Doador teria morrido

De acordo a Chainalysis, há evidências de que o doador era um agora falecido programador de computador baseado na França. O homem, no entanto, não teve sua identidade revelada.

A empresa de dados mostrou, em uma publicação em seu blog na quinta-feira (14), como identificou o doador e deu detalhes sobre as doações.

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Conforme explicou a empresa, Nick Fuentes, um representante da extrema direita, foi o maior beneficiário da transação.

Nick Fuentes fora do Capitólio

Não evidências de que Fuentes entrou no Capitólio e ele nega ter entrado. Entretanto, segundo a Chainalysis, ele estava presente no comício inicial e foi visto do lado de fora quando o tumulto começou.

Além disso, anteriormente, Fuentes encorajou seu público a se rebelar contra a certificação da eleição de Joe Biden. Ele teria sugerido, inclusive, que seus seguidores matassem legisladores estaduais. 

O extremista também já havia sido banido do YouTube por discurso de ódio, incluindo negação do Holocausto e conspiração.

Quem é o doador?

A Chainalysis explicou que o doador financiou sua carteira de doações com criptomoeda de uma bolsa francesa. Em seguida, ele transferiu os BTC para a carteira de doações por meio de um intermediário.

Como a carteira esteve ativa pela primeira vez em 2013, é provável que o doador tenha sido um dos primeiros adeptos do Bitcoin.

Então, a empresa conseguiu descobrir que um endereço BTC associado ao extremista estava registrado no NameID. Esse serviço permite aos usuários associar sua identidade online, endereço de e-mail e outras informações com seu endereço Bitcoin.

Nesse caso, o doador extremista associou seu endereço de Bitcoin ao pseudônimo “pankkake” e listou um e-mail.

A busca pelo e-mail resultou em um blog pessoal que a empresa acredita ser do doador extremista. O site estava inativo desde 2014. Entretanto, uma nova postagem foi publicada em 9 de dezembro de 2020, um dia após as doações serem feitas.

“ Surpreendentemente, a postagem parece ser uma nota de suicídio.”

Suposta carta de suicídio do doador. (Fonte: Chainalysis)

A carta detalha as dificuldades de saúde do autor, que, segundo ele, o levaram a cometer suicídio. No entanto, também há evidências de que o autor é o doador extremista. Isso porque ele menciona que “legou [sua] fortuna a certas causas e certas pessoas”.

O homem também afirma que “a civilização ocidental está em declínio” e diz que os ocidentais são encorajados a odiar seus “ancestrais e herança”, entre outras coisas.

“Todas essas são crenças comuns no alt-right, e pintam um quadro das motivações do doador para enviar criptomoedas para tantas figuras extremistas de extrema direita”, disse a Chainalysis.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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