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Internet Computer pode sofrer divisão em sua rede; entenda

Com pouco mais de três meses de existência, o Internet Computer (ICP) tem enfrentado problemas desde que foi lançado em maio de 2021. Agora, o protocolo corre o risco de sofrer uma divisão em sua rede.

O novo token chama-se ICP Reboot e foi anunciado no início de agosto. De acordo com seus idealizados, o ICP necessita tornar-se verdadeiramente descentralizado, algo que a Fundação Dfinity não conseguiu fazer. De fato, os criadores do novo protocolo acusam a fundação de ter responsabilidade na derrocada do projeto.

Lançado a preços que superaram os R$ 3.200, o token ICP já perdeu mais de 90% do seu valor, o que lançou dúvidas a respeito da idoneidade do projeto.

Dfinity acusada de centralizar a rede

Conforme noticiado pelo CriptoFácil à época, o ICP foi lançado ao redor de uma teia de expectativas. A mais ambiciosa delas era a de criar uma nova versão da Internet, porém baseada na tecnologia blockchain.

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Nesse sentido, o ICP faria uma rede livre da centralização em grandes empresas e plataformas de redes sociais. No entanto, a própria Dfinity foi acusada de realizar práticas de centralização, como a venda de tokens sem licença. Este caso até rendeu um processo contra a fundação na justiça dos Estados Unidos, acusando a empresa de oferecer investimentos centralizados.

Os tokens do ICP foram vendidos sob regime de vesting, ou direito adquirido. Nessa modalidade, os funcionários ou investidores de uma empresa recebem o direito de comprar ações da companhia. Esse direito pode ou não ser exercido no futuro.

A prática do vesting visa proteger investidores contra potenciais conflitos de interesse envolvendo a gestão. Dessa forma, os tokens adquiridos via esses direitos protegem os acionistas, especialmente os minoritários, contra práticas abusivas cometidas pela gestão.

Falsas promessas e divisão

No entanto, os tokens adquiridos pelo regime de vesting não serviram como proteção. A Dfinity não apenas violou esses direitos, como chegou a fazer grandes vendas do token no mercado. O volume foi tamanho que resultou na forte queda de 95% menos de 45 dias após o lançamento do token.

Aparentemente, a Fundação Dfinity e os principais membros da equipe não tinham restrições para acessar seus tokens ICP. Em contrapartida, os demais investidores tiveram longos períodos de espera para acessá-los, bem como não receberam informações claras de como acessar seus respectivos tokens.

Em outras palavras, a equipe do ICP recebeu privilégios nas suas emissões, exatamente o que a prática do vesting visa prevenir. Para completar, a diferença de tratamento foi divulgada somente após o lançamento do ICP.

Na ausência de restrições, os diretores de fato despejaram grandes quantidades de ICP no mercado, segundo relatório da Arkham Intelligence em um relatório de 28 de junho. A empresa de análise avalia que vendas na ordem de US$ 2 a US$ 3 bilhões de ICP podem ser vinculadas à Dfinity. Essas vendas, por sua vez, teriam contribuído para a desvalorização no preço do token.

ICP Reboot

Revoltados com as práticas da Dfinity, um grupo de membros da comunidade do ICP resolveu agir e criar um novo ICP. A rede foi batizada como ICP Reboot e pretende desvincular a rede da Dfinity.

“Para resolver diretamente as falhas da gestão da Dfinity, estamos criando uma organização autônoma verdadeiramente descentralizada, onde todos possam contribuir para a direção e inovações tecnológicas do futuro protocolo”, diz o site do ICP Reboot.

O projeto terá seu próprio token (ICPR) e será lançado na blockchain do Ethereum (ETH). Portanto, o ICPR terá o formato ERC-20. Uma distribuição de tokens “transparente e justa” é prometida pela equipe do projeto.

Caso isso ocorra, o primeiro erro do ICP – a concentração de benefícios entre os gestores da Dfinity – poderá ser corrigido. Além da gestão, o ICPR será gerido por meio de uma Organização Autônoma Descentralizada (DAO, na sigla em inglês).

Essa DAO ficará nas mãos de uma carteira multi-assinatura que, segundo o GitHub do projeto, terá a responsabilidade de seis a nove assinaturas. O ICPR já possui seu contrato inteligente e a expectativa é que sejam lançados 470 milhões de tokens em sua oferta inicial.

“O ICP reinicializa finalmente abordará as falhas da Fundação Dfinity e o que surgirá daí será uma organização autônoma verdadeiramente descentralizada. O objetivo da divisão é estabelecer o controle democrático necessário para criar um protocolo mais resiliente e transparente”, finaliza o site do ICP Reboot.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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