Economia

Iniciativas cripto de Hong Kong sugerem evolução na postura da China

Um relatório recente da empresa de análise de dados de criptomoedas Chainalysis apontou que o fato de Hong Kong estar cada vez mais aderindo aos criptoativos pode sinalizar que a China está evoluindo em relação aos ativos digitais.

Conforme apontou o relatório, as atividades com cripto no Leste Asiático recuaram nos últimos anos, sobretudo após a China proibir os criptoativos. Mas um “vento contrário” está vindo de Hong Kong. Isso porque a região está implementando várias iniciativas de cripto e regulamentações favoráveis ​​à indústria.

“A relação cada vez mais estreita entre a China e Hong Kong leva alguns a especular que o status crescente de Hong Kong como um centro cripto pode sinalizar que o governo chinês está revertendo o curso em relação aos ativos digitais, ou pelo menos se tornando mais aberto a iniciativas cripto”, destacou a empresa.

Criptomoedas em Hong Kong e o papel da China

De acordo com a Chainalysis, Hong Kong é um mercado de cripto extremamente ativo em volume bruto de transações. Entre julho de 2022 e junho de 2023, a região recebeu cerca de US$ 64 bilhões em criptomoedas.

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O volume não fica muito atrás dos US$ 86,4 bilhões recebidos pela China durante o mesmo período. Mas, vale ressaltar que Hong Kong tem uma população 0,5% do tamanho da China continental.

A relação da China com os ativos digitais mudou muito nos últimos anos. Em 2020, o país abrigava um dos mercados de criptoativos mais ativos do mundo. Além disso, liderava todos os países na mineração de Bitcoin por uma ampla margem.

No entanto, o governo da China começou a reprimir as criptomoedas, com o Banco Popular da China, administrado pelo Estado, declarando praticamente todas as atividades com cripto ilegais em 2021.

Desenvolvimentos recentes, no entanto, criaram especulações de que o governo chinês pode estar mudando de ideia sobre os ativos digitais. Nesse sentido, Hong Kong poderia ser “um campo de testes” para estes esforços chineses.

Mudanças na China?

Hong Kong funciona como uma Região Administrativa Especial da China, o que significa que tem autonomia sobre muitos aspectos da política, incluindo a regulamentação da criptomoeda. A região abriga um grande mercado local de criptomoedas baseado em OTC (negociação de balcão). Mas, recentemente, implementou regras que permitem o comércio varejista de criptoativos em um ambiente regulamentado.

Além disso, viu empresas estatais chinesas lançarem fundos de investimento focados em criptomoedas e colaborarem com empresas locais do setor.

Para o cofundador da empresa OSL Digital Securities, com sede em Hong Kong, Dave Chapman, a promoção de Hong Kong como um potencial centro de cripto não é necessariamente um indicativo da posição do governo chinês em relação às criptomoedas. Contudo, pode ser uma “abordagem exploratória” do país:

“Estamos vendo uma série de entidades apoiadas pelo Estado chinês apoiando indiretamente os empreendimentos de web3 de Hong Kong. Isso poderia ser visto como uma abordagem exploratória para compreender os ativos digitais sem afrouxar as políticas do continente.”

Em outras palavras, embora estes desenvolvimentos reforcem as hipóteses de Hong Kong se tornar um líder global no mercado regulamentado de ativos digitais, é muito cedo para dizer o que significam para a China como um todo.

“A aparente aprovação tácita das novas iniciativas cripto de Hong Kong poderia sinalizar que a posição do governo chinês em relação às criptomoedas está a evoluir. Isso pode significar que desenvolvimentos interessantes estão reservados para aquele que já foi um dos países mais importantes no cenário cripto”, concluiu a Chainalysis.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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