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Holanda prende suposto desenvolvedor do Tornado Cash e não descarta novas prisões

Alguns dias após o popular mixer de criptomoedas Tornado Cash sofrer sanções por parte do Tesouro dos Estados Unidos, as autoridades holandesas prenderam um suposto desenvolvedor suspeito de envolvimento com o mixer. A prisão ocorreu na última quarta-feira (10), dois dias depois de os EUA sancionarem o serviço.

De acordo com um comunicado do Serviço Holandês de Informação e Investigação Fiscal (FIOD), o homem de 29 anos, cujo nome não foi revelado, foi preso em Amsterdã.

A suspeita é de que o homem tenha ajudado a ocultar recursos financeiros de criminosos, facilitando a lavagem de dinheiro por meio do mixer.

“Essas tecnologias avançadas, como organizações descentralizadas que podem facilitar a lavagem de dinheiro, estão recebendo atenção extra da FIOD”, disse a agência. “Múltiplas prisões não estão descartadas.”

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Ainda no comunicado, a agência disse que as pessoas por trás do Tornado Cash lucraram de forma expressiva com transações no mixer.

“O Tornado Cash começou em 2019 e, de acordo com a FACT, alcançou um faturamento de pelo menos sete bilhões de dólares. As investigações mostraram que pelo menos um bilhão de dólares em criptomoedas de origem criminosa passaram pelo misturador. Suspeita-se que as pessoas por trás dessa organização tenham obtido lucros em grande escala com essas transações”, disse o FIOD.

O que é o Tornado Cash?

O Tornado Cash é um aplicativo descentralizado, ou DApp, que mistura as transações de cripto na blockchain do Ethereum. Ou seja, ele dificulta o rastreio da origem das transações e dos fundos.

Embora seu objetivo seja garantir a privacidade dos usuários, esse mixer ganhou fama depois que hackers passaram a usá-lo para ocultar fundos roubados em ataques.

Hoje, estima-se que R$ 2,2 bilhões em ativos, como stablecoins, ETH e WBTC, estão em endereços de contratos inteligentes da Tornado Cash.

Sanção ao Tornado Cash

Conforme noticiou o CriptoFácil, os EUA sancionaram o Tornado Cash na última segunda-feira (8). Além disso, as autoridades incluíram 44 carteiras de Ethereum e USDC na lista de Nacionais Especialmente Designados.

As carteiras em questão incluem o contrato inteligente que executa o Tornado Cash e a carteira de doação do Tornado Cash.

Como resultado da proibição, todos os cidadãos do país estão proibidos de realizar operações pelo serviço. Além disso, qualquer endereço de carteira que tenha utilizado o Tornado Cash virou alvo das sanções. Ou seja, os endereços não poderão realizar ou receber transações de e para nenhuma empresa ou pessoa que more nos EUA.

No dia seguinte à sanção, o cofundador do mixer, Roman Semenov, foi expulso do GitHub. Além disso, a emissora da stablecoin USDC, a Circle, congelou mais de R$ 380 mil em fundos de carteiras ligadas ao Tornado Cash.

Em sequência, a plataforma de compra e venda de NFTs OpenSea começou a banir carteiras de usuários que interagiram, de alguma forma, com o mixer. De acordo com relatos compartilhados no Twitter, a OpenSea está alegando que essas contas vão contra os Termos de Serviço da empresa. Contudo, a empresa não menciona como razão para isso a sanção ao misturador de criptomoedas pelos EUA.

Após as sanções, os depósitos no protocolo diminuíram muito e houve um grande aumento nos saques. De acordo com o The Block, cerca de 15% dos ativos detidos pelo protocolo já foram retirados.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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