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História do Bitcoin, Parte 5: O Surgimento das Altcoins

É difícil imaginar um tempo em que as exchanges não possuíam centenas de ativos digitais em suas listas de negociação. Esse tempo é anterior até ao surgimento do termo pejorativo “shitcoin”, usado por muitos para designar criptoativos que não são o Bitcoin. Mas até final de 2010 era exatamente isso que existia: um ecossistema no qual o Bitcoin era a única moeda existente. Mas tudo isso estava prestes a mudar. E essa mudança é discutida na parte 5 da história do Bitcoin.

A primeira altcoin

A primeira altcoin a emergir após o bitcoin não foi a Litecoin, Peercoin ou Dash. Pelo contrário, era uma criptomoeda pouco conhecida chamada Namecoin (NMC). Ela foi revelada no fórum Bitcointalk em 18 de abril de 2011, com uma proposta bem diferente daquela do Bitcoin. Em comparação com as muitas identidades que surgiram nos meses seguintes, o NMC começou a vida com novas intenções.

“Namecoin é um sistema de identidade baseado em Bitcoin com algumas modificações”, explicou o seu [anúncio], utilizando uma fórmula que é hoje conhecida como [ANN]. Trata-se de uma nova blockchain, separada da cadeia principal do Bitcoin. Os pares de nome/valor são armazenados no blockchain anexado à moeda… Os nomes expiram após 12.000 blocos, a menos que sejam renovados com uma atualização”, afirmava o anúncio.

Curiosamente, mas talvez não surpreendentemente, a inspiração para a Namecoin veio do próprio Satoshi, embora ele não tenha participação de seu desenvolvimento. Quatro meses antes, o criador do Bitcoin tinha essencialmente concebido uma ideia semelhante a proposta da Namecoin, escrevendo, em um tópico intitulado “BitDNS and Generalizing Bitcoin“: “enquanto você está gerando bitcoins, por que não também obter nomes de domínio gratuitos para o mesmo trabalho? Se você atualmente gera 50 BTC por semana, agora você pode obter 50 BTC e alguns nomes de domínio também.” Satoshi prosseguiu explicando uma proposta técnica envolvendo árvores de Merkle que eventualmente formariam a base para a Namecoin.

Além disso, o objetivo da Namecoin de servir como um sistema de registro de domínio descentralizado pode ter sido parcialmente inspirado pela própria experiência de Satoshi de comprar o domínio bitcoin.org em 2008. Sem criptomoeda anônima com a qual pagar, ele foi forçado a usar  o site anonymouspeech.com, que permite que os serviços sejam adquiridos usando cartões-presente.

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O que é Namecoin?

Hoje, a Namecoin é efetivamente uma moeda morta, apesar de ainda estar listada em exchanges como a Poloniex e na Livecoin. Em sua história de sete anos, a criptomoeda teve seus momentos de glória, como quando chegou a custar US$ 15,41 por moeda (ou o equivalente a 0,014 BTC na época) em novembro de 2013. Ou o tempo que atingiu US$ 8,64 em janeiro de 2018, um momento final de nostalgia uma época em que todas as altcoins estavam em glória. Até então, a Namecoin já era uma moeda morta, com seu valor atingindo apenas 0,0006 BTC. Hoje, seu volume comercial de 24 horas é de US$ 15.000 e o sistema de nomes DNS da Namecoin está morto e enterrado. Isso não quer dizer que a NMC tenha sido um fracasso total, no entanto.

Seja qual for a avaliação da Namecoin e a grande quantidade de altcoins que se seguiram, ela foi essencial para demonstrar que há espaço na criptosfera para mais de um ativo digital. Hoje existem vários criptoativos no mercado (a grande maioria são totalmente inúteis). Com uma redução de 97% em relação à sua alta histórica, a Namecoin teve o mesmo destino da maioria das altcoins até hoje. Como mostram os livros de história, o Bitcoin é facilmente emulado, mas nunca melhorado.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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