No dia 01 de junho, a gestora Hashdex efetuou seu rebalanceamento trimestral do índice HDAI (Hashdex Digital Assests Index). O HDAI foi criado como referência ao mercado de criptoativos e distribuído pela Nasdaq, desde julho de 2019.
Em todo rebalanceamento, há a a exclusão ou seleção de novos constituintes, de acordo com os critérios rígidos de elegibilidade estabelecidos pela metodologia do índice. O novo integrante do índice é o token ATOM, da rede Cosmos.
Segundo um comunicado encaminhado ao CriptoFácil, a Hashdex fala sobre seu índice.
Samir Kerbage, diretor de tecnologia da Hashdex, falou sobre a alteração no índice:
“Hoje, investimos em nossos fundos com base em produtos de renda fixa e o HDAI. Temos fundos com 20%, 40% e até 100% de exposição ao índice. Neste processo de rebalanceamento utilizamos critérios rígidos de seleção de ativos, com objetivo de selecionar os ativos que melhor representam a classe de ativos de criptomoedas e que podem ser negociados e armazenados de forma segura e regulada por investidores institucionais. O ATOM, por exemplo, foi incluído neste rebalanceamento por passar a contar com o suporte de custodiantes qualificados para realizar o seu armazenamento seguro.”
Cosmos é um ecossistema que fornece ferramentas e protocolos para criação de blockchains interoperáveis. Em outras palavras, ele tem a capacidade de se comunicar de forma transparente com outros blockchains, similares ou não.
Os criadores do Cosmos o definem como “a internet das blockchains”, tendo em vista sua proposta de interação com diferentes protocolos. A interação se dá pela oferta de ferramentas que troquem informações e tokens entre si.
A criptomoeda ATOM é o token da Cosmos Hub, que foi a primeira blockchain lançada nesta rede. Atualmente, o valor de mercado da ATOM supera os R$ 2,5 bilhões.
Com o novo formato, o índice passa a ser composto por 16 ativos: Bitcoin, Ether (da rede Ethereum), XRP (Ripple), Bitcoin Cash, Bitcoin SV, Litecoin, EOS, Binance Coin, Tezos, TRON, Stellar Lumens, Chainlink, Ethereum Classic, NEO, Dash e ATOM (da rede Cosmos).
Cada ativo possui um percentual dentro do índice, variando de acordo com a representatividade de cada criptoativo no mercado.
No documento encaminhado ao CriptoFácil, a Hashdex também explica como funciona seu filtro.
O primeiro “funil” para definir os criptoativos do HDAI está na escolha dos ambientes de negociação. A partir de critérios objetivos, a Hashdex analisa centenas de exchanges de criptoativos para selecionar somente as mais importantes e seguras.
Na última análise de exchanges, que é feita anualmente, foram selecionadas nove. Este filtro reduziu um universo de milhares de criptoativos para 330 ativos no último rebalanceamento.
Por sua vez, o segundo “filtro” é uma camada mais importante para a segurança, bem como para que investidores institucionais consigam replicar o índice.
Apenas ativos suportados por custodiantes regulados e analisados pela Hashdex são elegíveis a contribuir para o HDAI. Atualmente, três são os custodiantes aceitos.
Outra regra básica de elegibilidade é que o ativo precisa ter seu preço flutuando livremente. Ou seja, stablecoins como a Libra do Facebook não são escolhidas, em razão do lastro em outros ativos.
Por fim, aplica-se um filtro de liquidez. Somente ativos com pelo menos US$ 4 milhões de volume médio diário podem entrar no índice. É uma regra importante para o índice, pois o volume real de negociação reforça a legitimidade dos ativos.
Além disso, garante que um investidor institucional consiga replicar o índice sem movimentar o mercado significativamente.
Tais filtros definem o que a Hashdex denomina de “universo de ativos elegíveis ao índice”.
Atualmente, em torno de 34 ativos compõem este universo. A partir dele, aplica-se um critério de relevância, que seleciona somente ativos que representem mais de 0,25% do valor de mercado total.
Este último filtro elimina ativos que, embora façam parte do mercado, não teriam impacto relevante no nível do índice, bem como aumentariam os custos de transação dos fundos que perseguem o HDAI.
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