Há 13 anos, a rede do Bitcoin tornou-se verdadeiramente funcional

O dia 3 de janeiro de 2009 marcou o lançamento oficial da rede do Bitcoin (BTC). Mas outro grande acontecimento ocorreu oito dias depois, em 11 de janeiro. Naquele dia, o BTC recebia seu segundo membro: o programador Hal Finney.

Após Satoshi Nakamoto ter divulgado o BTC e lançado a rede, ele passou cerca de oito dias operando o software sozinho. Consequentemente, o BTC não registrou nenhuma transação durante este período, exceto o recebimento das recompensas por bloco.

Em suma, o início da maior criptomoeda do mundo foi marcado por blocos vazios. No dia 11 de janeiro, Finney entrou na rede e anunciou seu feito por meio da sua conta no Twitter. A mensagem histórica é composta de apenas duas palavras: “Running Bitcoin” (executando o Bitcoin, em tradução livre).

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Espera de 169 blocos

A princípio, todos os blocos geravam BTC que foram acumulados por Satoshi em seus endereços pessoais. Como ninguém mais operava a rede, não haviam transações, tampouco taxas a serem pagas. Por 169 blocos, o BTC podia ser resumido como o trabalho de um homem só.

No entanto, a situação mudou com a entrada de Finney naquele histórico dia 11. Agora o BTC tornava-se verdadeiramente funcional e dava seus primeiros passos na formação de uma comunidade.

Cerca de 24 horas depois, em 12 de janeiro, Finney entrou novamente para a história do BTC. Com a mineração do bloco 170, Satoshi enviou a quantia de 10 BTC de Satoshi Nakamoto. Esta foi a primeira vez que alguém recebeu BTC em toda a história.

Todavia, a contribuição de Finney vai muito além de rodar um nó e receber BTC de Satoshi. Ele de fato contribuiu com a manutenção do código da criptomoeda. Algum tempo depois, o próprio Finney relatou seu papel ajudando Satoshi a corrigir falhas.

“Quando Satoshi anunciou a primeira versão do software, peguei imediatamente. Eu acho que era a primeira pessoa além de Satoshi para correr Bitcoin. Eu minerei o bloco 70 alguma coisa e fui o destinatário da primeira transação de Bitcoin, quando Satoshi enviou dez moedas para mim como um teste. Iniciei em uma conversa com ele por e-mail e passei a relatar bugs no código e corrigi-los”, disse Finney.

Posteriormente, Finney continuou a minerar blocos e a fazer parte da rede. Ao contrário de hoje, a criptomoeda era minerada com um computador pessoal – Finney usava sua máquina para isso. Mas a atividade passou a sobrecarregar seu computador, e ele acabou desistindo dias depois.

Finney/Satoshi e morte

Por conta do seu pioneirismo e contato próximo com Satoshi, parte da comunidade especula que Finney seja o verdadeiro criador do BTC. No entanto, ele negou diversas vezes essa teoria e chegou a emitir sua opinião sobre quem seria Satoshi.

“Hoje, a verdadeira identidade de Satoshi tornou-se um mistério. Mas na época, pensei que estava lidando com um jovem de ascendência japonesa que era muito inteligente e sincero. Eu tive a boa sorte de conhecer muitas pessoas brilhantes ao longo da minha vida, então reconheço os sinais”.

Infelizmente, Finney acabou sendo diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica, doença que causa fraqueza muscular progressiva. Eventualmente ele perdeu os movimentos do corpo e, após cinco anos de uma longa batalha, faleceu em 2014.

Seu corpo foi posto em criogenia na esperança de ser ressuscitado quando houvesse uma cura para a doença. Apesar de sua morte precoce, a contribuição de Finney para o BTC segue eternizada em seu Twitter e relembrada a cada novo ano.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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