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Glassnode: domínio da USDT entre as stablecoins atinge 71%

A Tether, empresa responsável pela emissão da stablecoin USDT, voltou a se destacar no domínio do mercado das stablecoins. De acordo com um relatório da Glassnode, sua participação de mercado saiu de 50% para 71% ao longo de 2023. Com isso, a USDT conseguiu desbancar seus concorrentes no mercado, sobretudo a USDC, emitida pela Circle.

No entanto, o crescimento do Tether conseguiu atrair maus atores, como criminosos, lavadores de dinheiro e golpistas no Sudeste Asiático. Conforme noticiou o CriptoFácil, um relatório das Nações Unidas publicado na segunda-feira (15) alertou para o uso da USDT em operações desse tipo, mas a Tether nega as alegações.

USDT tem mais de US$ 95 bilhões em valor de mercado

Nessa nova fase de domínio da Tether no mercado de stablecoins está o aumento de receita da empresa. Um relatório de 12 de janeiro aponta que a Tether gerou US$ 1 bilhão em receita adicional. O número elevado aumentou o valor de mercado do USDT para US$ 95 bilhões, atingindo uma máxima histórica.

A título de comparação, o valor de mercado da USDC, maior concorrente da USDT, é de US$ 25 bilhões. Ou seja, quase quatro vezes menor. Entre as dez maiores stablecoins do mercado, o valor de mercado da USDT corresponde a quase o triplo da soma das outras nove stablecoins da lista.

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Por outro lado, a Circle, responsável pelo stablecoin USDC, entrou recentemente com pedido de oferta pública inicial (IPO) junto à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC). Sua proposta é se diferenciar da Tether utilizando o fato de que a USDC é regulamentada nos Estados Unidos. Contudo, o mercado tem dado preferência a stablecoin da Tether.

Além disso, o sucesso financeiro da Tether vai além das stablecoins. Seu portfólio de investimentos também inclui Bitcoin (BTC), em um total avaliado em aproximadamente US$ 3 bilhões, que se tornou uma fonte substancial de lucro.

Paolo Ardoino, Diretor de Tecnologia (CTO) de longa data da Tether, assumiu a função de CEO no final do ano anterior, sucedendo Jean-Louis van der Velde. Desde que assumiu esta nova função, Ardoino fortaleceu ativamente os laços com as agências reguladoras dos EUA.

Por exemplo, a empresa congelou carteiras de USDT ligadas à lista de sanções do Gabinete de Controlo de Ativos Estrangeiros dos EUA (OFAC), resultando na apreensão de mais de US$ 435 milhões em fundos ilícitos.

Acusações de uso em fraudes

Enquanto isso, alguns relatórios afirmam que o uso generalizado da USDT tornou-se evidente no volume crescente de fraudes cibernéticas, lavagem de dinheiro e casos bancários clandestinos na Ásia.

Tais casos abrangem uma série de esquemas, incluindo a “sextorsão” (do inglês sextorsion), uma forma de chantagem que ameaça revelar conteúdo sexual ou informações pessoais, e o “abate de porcos” (pig butchering), uma forma de roubar dinheiro das vítimas através da conquista em aplicativos de namoro.

Embora os grupos criminosos na Ásia utilizem cada vez mais a USDT, a Tether demonstrou sua disposição de cooperar com as autoridades reguladoras e policiais dos EUA. Segundo dados da Dune Analytics, a empresa tomou medidas proativas ao banir mais de 1.260 endereços ligados a atividades ilícitas, que totalizam mais de US$ 875 milhões em USDT.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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